Quarta-feira, 8 de Fevereiro de 2017
"Santa Maria Manuela" comprado por grupo Jerónimo Martins.

santa maria manuela lisboa

«O navio de treino de mar SANTA MARIA MANUELA foi vendido pela Pascoal & Filhos, por “motivações estratégicas e de contexto”, para o Grupo Jerónimo Martins, (Recheio Cash & Carry, S.A.), “com efeitos legais a partir de 11 de Novembro de 2016”, segundo o blogue oficial do MANUELA em nota assinada pelos responsáveis pela recuperação do navio em 2007- 2010, Aníbal Paião e João Vieira. O SANTA MARIA MANUELA deixou o cais da Gafanha da Nazaré onde atracava desde 2010, a 8 de Novembro último e entrou em Lisboa na manhã seguinte, permanecendo atracado em Cabo Ruivo, junto à EXPO 98, até 8 de Janeiro, quando saiu para Viana do Castelo, tendo permanecido em doca seca de 10 a 17 de Janeiro em reparação no estaleiro WestSea, em trabalhos de manutenção técnica e pintura, que decorreram com inteiro agrado do armador. Posta a hipótese de o registo do navio ser transferido para a Madeira, para já manteve-se o registo convencional, em Aveiro. O MANUELA mudou entretanto de sociedade classificadora, para o Germanischer Lloyd e a tem gestão técnica da Mutualista Açoreana, uma empresa da Bensaude Marítima, que assegura igualmente a agência no porto de Lisboa. O SANTA MARIA MANUELA foi construído em Lisboa pela CUF no estaleiro da Rocha do Conde de Óbidos em 1937, lado a lado com o seu irmão CREOULA, destinando-se à pesca do bacalhau no Atlântico Norte, propriedade da Empresa de Pesca de Viana, que o vendeu em Novembro de 1963 à Empresa de Pesca Ribau, de Aveiro, depois de a Parceria Geral de Pescarias ter sido sondada no sentido de ver se teria interesse na sua aquisição. O SANTA MARIA MANUELA pescou pela última vez em 1993, na NAFO, já com redes de emalhar, e foi abatido em Fevereiro de 1994, preservando-se o casco, em parte graças à sensibilidade do Capitão do Porto de Aveiro de então, Cte. Rodrigues Pereira, passando a pertencer à Fundação Santa Maria Manuela, constituída nesse mesmo ano com o objectivo de recuperar o seu traçado original, o que não se concretizou, acabando em 2007 cedido à Pascoal & Filhos, que promoveu a recuperação do MANUELA, o qual foi inaugurado, na sua forma actual, a 10 de Maio de 2010, num momento de grande significado para a Marinha Mercante portuguesa. Sob operação da Pascoal, o SANTA MARIA MANUELA desenvolveu intensa actividade, desde 2010, participando nas regatas da Sail Training Association, prestigiando Portugal no estrangeiro e sendo visitado por mais de 400 mil pessoas. Integrado no universo do Grupo Jerónimo Martins, o MANUELA deverá retomar a actividade já em 2017, reforçando a ligação dos novos proprietários ao mar»

via Revista de Marinha



publicado por cachinare às 18:39
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3 comentários:
De jaime pião a 9 de Fevereiro de 2017 às 13:52
Santa Maria Manuela ,um dos três cisnes brancos .
Já muito se escreveu sobre este belo Lugre Motor ,ainda bem que continua a percorrer os mares agora com outros donos ,mas ,o Navio é o mesmo e quem andou na pesca do bacalhau anos 40 -50 -60 até 70 conheceu bem o bacalhoeiro Manuela .
Quem não gostaria de fazer uma viagem de cruzeiro neste belo Navio ?Eu adorava fazer uma viagem neste Cisne Branco irmão do Creoula e do Argus ,conheci-o enquanto bacalhoeiro e aquando da chegada de Vigo a Gafanha da Nazaré já reparado depois de ter passado uns anos fora de Portugal na América como cruzeiro e, depois de ficar encostado ao cais para ser abatido a Empresa Pascoal e Filhos achou por bem compra-lo em leilão, ainda bem, porque estava quase a ser abatido para sucata ,e, foi resgatado das garras do carrasco mesmo na hora ,um bem Haja a Pascoal e Filhos ,hoje digo ,temos o Manuela a navegar !!!


De Al bino Gomes a 13 de Fevereiro de 2017 às 17:44
Olá amigo Jaime,

Tudo bem no teu comentário, exceptuando a confusão no que diz respeito aos cruzeiros do Manuela lá pelas Américas.
Julgo que há confusão com o Argus, já que este sim. Depois de tantos anos em cruzeiros regressou novamente a Portugal, todo ferrugento, e «de tanga», como diria um tal Durão das bandas do Barroso...
Nesses tempos, quando em Aveiro se procedia ao dito «restauro» da fragata D. Fernando II e Glória, que eu ia visitando de quando em vez, ainda flutuando junto ao mesmo estaleiro, estava a ser desmantelado o Manuela, já sem estruturas, e restando apenas as obras vivas e um par de palmos do casco acima da linha d'agua.
Tal como diz o Fangueiro, sorte foi na ocasião termos como Capitão do Porto de Aveiro, o hoje CMG Rodrigues Pereira, ex-Director do Museu de Marinha e autor de várias obras literárias importantes, sobre a História Naval Portuguesa.
Quanto julgo saber, no próximo ano estará a conferenciar na Póvoa, em homenagem ao marinheiro Elísio da Nova, morto por um submarino alemão durante a II Grande Guerra.

Al bino Gomes


De jaime pião a 15 de Fevereiro de 2017 às 01:27
Olá amigo Bino ,tens razão afinal a minha confusão foi tremenda e eu que sabia bem que o Argus andou perdido pelas AMÉRICAS ,ainda bem que ele soube regressar as origens ,é bom ter-te pelas beiras para as emendas ,,,abraço !!!


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