Sexta-feira, 24 de Fevereiro de 2012
“Anne Margrethe”.

A escuna “Anne Margrethe”, de 64 toneladas brutas, 22,43m de comprimento, 8,77m de boca e 2,75m de calado, foi construída e lançada à água em 1880-81 em Skaale, província de Hardanger na Noruega, pela mão do mestre naval Lars Knudtsen Skaale para um armador de Kristiansund. Esta comunidade era nos sécs. XVIII e XIX considerada como a capital do klippfisk (peixe seco) e possuía uma grande frota pesqueira, sendo o “Anne Margrethe” parte de cerca de duas centenas de embarcações que lá aportavam. Esta escuna navegava entre Kristiansund e as Ilhas Lofoten, de onde trazia peixe, normalmente bacalhau para a seca a Sul nas tradicionais armações, sendo depois exportado para a Europa e América do Sul.

Com o advento dos navios a vapor, que transportavam grandes quantidades de peixe para o Sul da Noruega, a grande frota de escunas começou a ser abatida durante os anos 20-30, numa altura em que o porto de Kristiansund era ainda uma “floresta de mastros”. A maioria dos navios seria queimada, outros desmantelados, mas alguns sobreviveram e continuam a navegar hoje. Em 1936 o “Anne Margrethe” foi adquirido por Jacob Grøneng e foi-lhe instalado um motor monocilíndrico “Union” de 50 cv. Em 1942, durante a ocupação Alemã, transportou areia para diversas construções ao longo da costa. Com o fim da guerra, a escuna trabalhou no comércio de arenque salgado para Helgeland e cabotagem de diversas mercadorias para o Norte da Noruega. Entre 1959-79 teve vários armadores até ser comprada e registada em Trondheim por um armador local. Completamente restaurada em 1989, possúi 5 cabines de 3 pessoas cada, num total de capacidade para 20 passageiros e com um novo motor diesel de 180 cv, navega mesmo sem vento.
Peixe salgado e seco era exportado das regiões da Noruega desde tempos imemoriais. A pesca tinha lugar em diferentes locais ao longo da costa, dependendo da concentração deste. Nos anos 1500-1600 exportava-se arenque de forma modesta e mais tarde surgiu o bacalhau, com níveis de exportação bastante elevados, atingindo o pico nos anos 1950s.
 
Site oficial do “Anne Margrethe”.


publicado por cachinare às 19:47
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