Sábado, 12 de Maio de 2012
Da minha terra.

 

Um sargaceiro de Aver-o-Mar, Póvoa de Varzim, numa imagem marcante daquela comunidade. Podem ver-se as tradicionais medas de sargaço, provavelmente imutadas durante séculos de relação entre a lavoura e o mar. Não passo por esta zona já há vários anos e dúvido que alguma delas ainda resista à (des)evolução dos tempos.

 



publicado por cachinare às 00:08
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4 comentários:
De Reinaldo Delgado a 12 de Maio de 2012 às 14:51
Boa tarde António,
Excelente ideia a de confrontar duas das principais actividades das gentes do litoral norte do país, i.e. os lavradores e os sargaceiros, ou seja os auto intitulados "lavradores-sargaceiros".
É também curiosa a imagem por se tratar de A-Ver-o-Mar, já que o centro nevrálgico da apanha do sargaço residiu na Apúlia, ainda que como se confirma, sem direito exclusivo, pois que este trabalho alongava-se pelo litoral entre Caminha até Leça da Palmeira.
Uma outra curiosidade está relacionada ao facto de não se encontrar sargaço a sul de Leça, dando às praias algas conhecidas por rapeira, situação para a qual não encontrei explicação até agora.
Bom fim de semana,
Reinaldo Delgado


De JAIME PIÃO a 12 de Maio de 2012 às 21:05
Olá amigos ,passei aqui como sempre aliás faço para comentar algo ,e este é um dos muitos pontos que merece referência , falar do sargaço acredito realmente que os sargaceiros de Aver-0-Mar eram exímios na apanha do sargaço assim como antigamente os homens e mulheres de Caxinas , no tempo do sargaço aí por Maio ,Junho ,Julho até Setembro ,muito sargaço acarretavam para as fieiras e em especial para a rua da praia ,antiga rua do pilado onde eu nasci e cresci ,tempos em que a rua era ocupada com grandes montes de pilado ou sargaço ,que depois era vendido aos lavradores que vinham com os carros de bois ,lembro-me de ver a rua cheia de carros de bois ,entretanto enquanto carregavam o sargaço ou pilado os bois ficavam a comer erva ou a descansar mesmo encostados as casas ,com tudo isso era só ver os bichinhos que sargaço ou o pilado sustentava a entrar pelas casas adentro ,por isso era capaz de dizer que nesses anos o povo de Caxinas não ficava atrás doutros povos, também faziam das tripas coração para dar pão aos filhos ,costumo dizer que eram tempos que o tempo não apaga ...


De rui amaro a 13 de Maio de 2012 às 00:30
Amigos
Aqui nas praias da Foz do Douro, nomeadamente aqui junto ao castelo da Foz e junto do aquário e do castelo do Queijo, ainda há bem poucos anos, haviam sargaceiros na apanha do sargaço, e carros de bois ou camionetas, depois de seco, a transportá-lo para os lavradores.
Os sargaceiros não eram da Foz, parece que vinham de Matosinhos ou de outras terras,
Quanto ao pilado, isso eram as bateiras da Afurada que o apanhavam por fora do penedo Gilreu ou nas Longas, e vinham tão carregadinhas, que por vezes com mar chão, submergiam, aqui à entrada da barra.
Hoje em dia o sargaço é retirado das praias, por uma questão de limpeza, por uma empresa privada ao serviço da APDL, e vai para aterro ou para a Limpor. Até mete dó não se aproveitar aquele precioso fertilizante.
Em miúdo, eu trazia uns bocaditos de sargaço, para fertilizar a terra dos canteiros de minha casa.
Saudações maritimo-entusiásticas.
Rui Amaro


De Anónimo a 13 de Maio de 2012 às 12:40
De certo modo corroborando quanto os nossos amigos acima dizem, indubitavelmente que a «capital» da apanha do sargaço seria a Apúlia, outrora pertencente a Barcelos, um dos maiores concelhos agrícolas do país, cujos lavradores, sobretudo os mais abastados, tinham seus próprios barcos para a apanha do sargaço e do pilado para fertilizarem suas terras.
Para a posteridade, resta-nos o folclore, graças à manutenção do seu Rancho das Sargaceiras e à originalidade dos seus trajes.
Em Caxinas e Poça da Barca, eram igualmente inúmeras as mulheres que se dedicavam à apanha do sargaço, que posteriormente era vendido aos lavradores, e certas espécies a alguns compradores
que o exportavam para a industria farmaceutica e alimentar, como o agar-agar, etc.
A última geração de sargaceiros na apanha de sargaço na zona de Vila do Conde, eram os de Aver-o-mar, até que lhes exigiram licenças de elevados custos, e foi o fim. Agora, têm de pagar para lhes limparem a praia, libertando-nos assim do mosquedo de Verão...
Nos últimos anos, vemos chineses colhendo algumas destas espécies, que dizem ser para alimentação.
Igualmente oportuna a evocação dos naufrágios à entrada da barra do Douro (e outras), já que ao invés das dificuldades de acesso devido ao mau tempo,
ou mau estado da barra, os acidentes ocorreriam até com muito bom tempo, mesmo com mar estanhado, devido à transição da agua salgada para uma agua de menor densidade, como é a agua doce.
E como no aproveitar é que está o ganho, em tempo de fartura, havia que aproveitar e carregar o máximo.
Em tempos de meninice, impressionava-me como era possível ver um barco destes pelo rio Ave acima com
pouco mais que o verdugo fora de agua, quando no mar sempre haveria alguma ondulação.
Salvo melhor opinião, cumprimentos,

Albino Gomes




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