Terça-feira, 31 de Julho de 2012
O vigor da Lancha Poveira do Alto, após 21 anos.

A anteriormente referida viagem da lancha poveira do alto “Fé em Deus” à Galiza, correu bem. Partimos da Póvoa cerca das 5:30 da manhã do dia 27 e foram doze horas e meia de viagem. O tempo sempre se manteve muito carregado, de um cinzento que misturava céu e mar numa única tonalidade. Após passagem da fronteira marítima, entramos no porto d´A Guarda para uma pausa rápida, porto esse também com grande tradição nas grandes lanchas de pesca volanteiras.

Chegamos então a Carril com o sol já baixo, e aí passamos a primeira noite, saíndo na manhã seguinte bem cedo, de novo a navegar, rio Ulla acima até Padrón, viagem de cerca de duas horas, só a motor e com a ajuda de um “piloto” local.

Após o regresso de novo a Carril e a um tardio almoço, aproveitamos o sol de fim de tarde para navegar para o porto de Ribeira, onde atracamos na marina, jantamos e dormimos a bordo da lancha. A noite esteve ventosa e fria, mas para quem escolheu dormir numa pana (bancos intermédios destas embarcações), como eu, o abrigo foi excelente, não se sentindo qualquer ponta de vento ou frio.

 

Cerca das 5:30 horas locais iniciamos então a viagem de regresso, com céu limpo e vento já bom para içar vela. Rumamos pela parte de fora das ilhas, de modo a apanhar mais vento, e o resultado foi uma chegada à Póvoa em tempo recorde de dez horas! Sempre com o motor a trabalhar por segurança, a ondulação de 3 a 4 metros proporcionou horas de vela emocionante, com a lancha várias vezes a galgar ondas abaixo como uma prancha de surf, numa média de 10 milhas náuticas por hora. Esta era uma das sensações que esperava ter a sorte de encontrar nesta longa viagem, e assim foi.

Gostaria que se repetisse no futuro, pois a camaradagem da tripulação é ótima e continuo a ter a opinião que fazer parte da tripulação de um barco destes é um privilégio. Se a vida me forçar a ter de deixar o país em breve para encontrar trabalho... a lancha será das coisas que mais me custará abandonar.

 



publicado por cachinare às 17:04
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1 comentário:
De Jaime pião a 4 de Agosto de 2012 às 09:45
Olho estas fotos e fico a imaginar outros tempos , que se saia de casa para o mar,normalmente de madrugada, mas com as botas calçadas ,com a roupa de oleado no braço e o fokim ou uma cestinha com pão e laranjas e pouco mais ,pronto para pesca do dia e era pedir a Deus que tudo corresse bem ,mas as vezes os tempos viravam ,e as arriba-delas muitas vezes eram perigosas ,com ventos frescos e mar alteroso eram tempos que não se sabia a meteorologia ,os arrais se regulavam pelos astros ,pela lua ou pelo sol , remos ou vela ,portanto nada do que é agora ,claro que os tempos são outros ,mas havia muitas diferenças em relação aos tempos de hoje ,por isso digo ,tempos que o tempo não apaga !


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