«Esta é a conclusão de uma tese de doutoramento de Natacha Carvalho do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores. Mas, apesar destes números, a maior fatia dos subsídios vai para a pesca indústrial.
São as pescas praticadas com embarcações até aos 12 metros de comprimento, que são consideradas de pesca artesanal. Nos Açores são mais rentáveis, mas são as embarcações de maior comprimento que recebem mais subsídios. Um paradoxo agora denunciado na tese de doutoramento de Natacha Carvalho do DOP.
Nesta tese de doutoramento foram introduzidos métodos já utilizados noutras zonas de pesca, na Noruega, nos Estados Unidos e na costa atlântica canadiana. Tal como nestes países, os resultados foram idênticos.
Natacha Carvalho comparou dados de dez anos de atividade, de 1995 a 2005. A pesca com embarcações até aos doze metros gasta menos combustível, emprega mais gente, tem menos pesca acidental e rende mais por tonelada. Nos Açores a frota de pesca é constituída na sua maioria por barcos até 12 metros de comprimento. Apenas 10% representam embarcações com mais de 12 metros. »
17-5-2011 via Pescazores.com
Até 1986, Portugal possuía uma vasta frota de pesca, na sua grande maioria composta por pequenas embarcações de pesca artesanal e mesmo as de maior porte usavam frequentemente essas artes. A partir de então foi o início do “holocausto” da pesca artesanal, com a CEE a patrocinar a toda a força o abate em massa e leis que discretamente forçaram ao abandono da pesca por muitos. Foi o fim de milhares de embarcações que davam emprego a milhares de pessoas, no mar e em terra, não só na pesca em si, mas também em estaleiros navais, comércio de aprestos, etc. Quando a pesca desde sempre deu trabalho e sustento a inúmeros milhares, passou desde então a encher os bolsos de alguns e a dar trabalho a uma minoria. O texto poderia alongar-se muito mais, mas interessa realçar o exemplo dos Açores, autêntico “laboratório “ do mar que muito nos pode ensinar, tal como uns poucos países já o fazem há muito.
«Este filme foi rodado em 1962, no mar, a bordo da “Nicete”, uma traineira do porto de Portimão, no Algarve.
Fotografia e Montagem: Manuel Ruas
Locução: Gomes Ferreira
Alar da Rede" foi parte de projecto de Michel Giacometti de uma série etnográfica para a RTP, que não viu então continuidade por motivos económicos. O filme que se lhe seguiria, "Rio de Onor", embora editado não foi terminado, faltando-lhe a locução.
Entre 1970 e 1974, Michel Giacometti, em conjunto com Alfredo Tropa, conseguiria finalmente realizar com uma série dedicada à música e cultura tradicional portuguesa, "Povo que Canta".
A recolha musical que se pode ouvir neste filme, feita em conjunto com Fernando Lopes Graça, seria publicada no quinto volume da Antologia da Música Regional Portuguesa dedicado ao Algarve, e editado pelos Arquivos Sonoros Portugueses.
Mais informações: http://mmp.cm-cascais.pt/museumusica/mg/michel/
Este filme faz parte da Filmografia Completa de Michel Giacometti, coordenada por Paulo Lima e parte das Edições RTP, a qual pode ser adquirida completa através de MichelGiacometti,com.»
Sem dúvida marcante este registo de cantares dos pescadores, bem como o som dos motores destas traineiras antigas, audível no início do filme.
«A organização ambientalista Greenpeace distinguiu a marca conserveira açoriana Santa Catarina pelo atum comercializado. A Greenpeace classifica o atum desta marca como o "mais sustentável do mundo", devido à forma como é capturado, através do sistema "salto e vara", adianta a agência Lusa.
A pesca do atum utilizado nestas conservas é feita por três embarcações da conserveira Santa Catarina, em São Jorge (Açores). Cerca de seis dezenas de pescadores efetuam a captura da espécie através do sistema de 'salto e vara' (pesca à linha), o que garante que "não há depredação das espécies", em particular da espécie de atum "bonito", que é o mais capturado.
A pesca de “salto e vara” é efectuada por membros da tripulação mais experientes que com a ajuda de binóculos, procuram por indícios da possível presença de atum, tais como aves marinhas alimentando-se. Após a identificação do cardume, o barco aproxima-se e desliga o motor ligando o chuveiro de água que simula o movimento em fuga de pequenos peixes pelágicos na superfície da água do mar.
Os pescadores atraem o cardume ao lançarem isco vivo para o mar e procedem à captura do atum de forma extremamente selectiva. A Greenpeace considera que o método de pesca com vara e linha não agride o meio ambiente e é altamente sustentável. A técnica mais utilizada na pesca do atum é o cerco dos cardumes com redes, acabando sempre por capturar ou ferir outras espécies marinhas, na sua maior parte golfinhos.
"É um prémio importante porque, num mundo onde a concorrência é cada vez maior, arranjamos maneira de ver valorizado e publicitado o nosso produto", afirmou Pedro Pessanha, administrador da conserveira, em declarações à Lusa.»
via Boasnotícias.pt – 21 de Maio, 2011.
foto de Mário Amaral.
Esta notícia e muito merecido prémio para os Açores tem para mim paralelo imediato na... pesca do bacalhau. Quantos há décadas e ainda hoje consideram a pesca do bacalhau à linha como retrógrada e sem futuro comercial, “produto das mentes opressoras de uma ditadura” que a manteve como pode até 1974. Neste exemplo açoriano com o atum, mais uma vez se comprova que a pesca à linha portuguesa era o melhor método de pesca, pois era sustentável e não foi a linha que quase extinguiu o bacalhau dos bancos. Sobre a questão das condições de trabalho dos pescadores da linha, não há dúvidas que tinham muito a melhorar... mas a pesca com dóris era correcta, como se comprova nestes últimos anos em países do Norte que fomentam cada vez mais o regresso à pesca do bacalhau à linha.
Comprimento 14,00m Boca 3,80m Pontal 1,77m
Embarcação construída em Vila do Conde, foi a primeira adquirida em Portugal pelo meu avô paterno em 1960, após 15 anos na pesca do bacalhau.
Numa altura em que quase não se usavam redes de emalhar na pesca, estas motoras dedicavam-se sobretudo à pesca com trole (aparelhos com centenas de anzóis que permitiam seleccionar o peixe, preservando o ecossistema marítimo... tal como a pesca do bacalhau à linha, entre outras).
O comprimento destes barcos variava entre os 9 e os 14 metros, tinham motor a gasóleo e uma vela auxiliar “poveira” para situações de falha do motor em alto mar, notando-se ainda esses elos ao passado da pesca à vela também nas duas forquetas a bombordo onde poisa uma verga, ou ainda no uso da tradicional “polé” à proa, para alar o aparelho.
Este design de motoras, com influências das galegas de Vigo, Peniche ou Algarve mas muito mais elegante (note-se por exemplo a “popa de leque”), foi um dos desenvolvidos nos estaleiros de Vila do Conde e ali construíram-se dezenas destes barcos entre finais dos anos 40 até meados dos anos 60, na sua maioria destinados ao porto vizinho da Póvoa de Varzim.
Eram barcos de pesca que ainda prendem o olhar, dum tempo em que se construía por dinheiro... mas também por gosto.
Modelo elaborado por António Fangueiro © - 2011
Segundo a descrição da foto, este é um batel com pescadores a remar, não diz onde. Pelo menos dois deles são bem novos e repare-se que mal conseguem agarrar no remo, tal a grossura do mesmo. Foi assim que a vida de pescador se iniciou para muitos e muitos e em pouco tempo as mãos transformavam-se em aço, aço que ajudaria a suportar os gelos da Groenlândia.
Bonito exemplo da grande e altiva proa destes barcos da costa centro de Portugal. A imponência das culturas marítimas portuguesas, vergonhosamente desaproveitadas por nós próprios que não as conseguimos manter vivas.
«A Fundação Gil Eannes e a Associação dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo convidam V. Ex.ª para a apresentação, da 2.ª Edição, do livro "Faina Maior - A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova" de Francisco Marques e Ana Maria Lopes, no dia 1 de Abril de 2011, pelas 17.30, no Navio Hospitas "Gil Eannes", em Viana do Castelo.»
O Presidente da Fundação - José Maria Costa
O Presidente da Associação - Aníbal Paião
A Associação dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo
tem a honra de convidar V. Ex.ª e Família para a apresentação da 2.ª Edição
do livro "Faina Maior - A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova" de
Francisco Marques e Ana Maria Lopes,
que terá lugar no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha,
no dia 31 de Março de 2011, pelas 18 horas.
A apresentação estará a cargo do Comandante Rodrigues Pereira.
«Um dos cultos mais populares e tradicionais de Portugal é o de Nossa Senhora da Lapa. Diz-se que uma menina pastora, muda, encontrou uma imagem da Virgem nos montes (Serra da Lapa) e levou-a para casa. A mãe não ligou à estátua e lançou-a para a lareira. A menina, então falando pela primeira vez na vida, pediu à mãe que não queimasse a imagem. Talvez por isso a estátua da Virgem que está no santuário apresente marcas de queimaduras. Ao subir a serra da Lapa encontramos um dos mais antigos e famosos santuários portugueses, que atrai peregrinos de todo o país. De facto a capela de Nossa Senhora da Lapa foi construída já no século XVII pelos jesuítas, mas o culto é muito anterior, havendo quem o remeta para o século X, quando as investidas dos mouros fizeram com que a população cristã tenha escondido uma imagem da Virgem numa gruta ou "lapa".»
O Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo e
o Presidente da Associação dos Amigos do Museu
convidam V. Ex.ª e Família para a apresentação da
2.ª Edição do livro "Faina Maior - A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova"
de Francisco Marques e Ana Maria Lopes,
que terá lugar no próximo dia 19 de Fevereiro de 2011,
pelas 16 horas, no Auditório do Museu Marítimo de Ílhavo.
Eng. Ribau Esteves
(Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo)
Dr. Aníbal Paião
(Presidente da Associação dos Amigos do Museu de Ílhavo)
Fotos dos primeiros gasoleiros são muito raras e esta é uma das poucas que conheço. Os gasoleiros foram os primeiros barcos com motor fixo instalado a bordo, na época de transição da vela para o motor, nome este característico do Norte de Portugal, mais especificamente entre Vila do Conde e Póvoa de Varzim. Na Galiza e País Basco essa transição ocorrera logo nas primeiras décadas do séc. XX, e fontes dizem que foi um pescador natural das Caxinas quem primeiro adaptou um motor a bordo na sua catraia, nos anos 50. Motores fora-de-borda já se usavam nas catraias nessa década, mas é então que surgem embarcações como a da foto, de ré cortada. Por certo os habituais comentadores saberão dizer muito mais sobre este assunto.
A provável futura companha de um novo barco de pesca posa para a foto. Antigamente, fazer um novo barco era uma alegria, nos estaleiros, nessa terra e para quem o encomendava, companha, familiares, amigos. O ganha-pão da vida tinha outra forma de ser celebrado.
Este “Ao Gosto dos Filhos” é um exemplo de evolução dos gasoleiros, já com uma casa-do-leme para comandar o barco, e outros melhoramentos na segurança. Uma das dúvidas que tenho é saber a diferença entre “gasoleiro” e “motora”, pois este barco na foto tem já uma proa bem diferente das dos primeiros gasoleiros, barcos de raíz nos barcos de tipologia poveira. Uma pergunta aos entendidos, se a foto mostra realmente um gasoleiro ou uma motora.
bacalhoeiros canadianos-americanos
relatos da lancha poveira "fé em deus"
A Frota Bacalhoeira Portuguesa.
filme Uma Aventura na Pesca do Bacalhau
documentário "A Pesca do Bacalhau" - 4 partes
filme 1952 - n/m "Alan Villiers" - Estaleiros Navais de Viana do Castelo
filme 1956 - n/m "São Jorge", construção e bota-abaixo
filme 1957 - l/m "Oliveirense"
filme 1958 - Bacalhoeiros em Viana do Castelo
filme 1964 - n/m "Novos Mares", chegada à Gafanha
filme 1967 - "Os Solitários Pescadores-dos-Dóris"
filmes 1977 a 1991 - Nos Grandes Bancos da Terra Nova
filme 1981 - "Terra Nova, Mar Velho"
História / Filmes de referência à Pesca do Bacalhau
Confraria Gastronómica do Bacalhau - Ílhavo
Lugre-patacho "Gazela Primeiro"
Lugre "Cruz de Malta" ex-"Laura"
Lugre "Altair" - "Vega" - "Vaz"
Lugre "Estrella do Mar - "Apollo" - "Ernani"
Lugres "Altair" "Espozende" "Andorinha" "S. Paio" "Cabo da Roca"
Lugres "Silvina" "Ernani" "Laura"
Lugres "Sotto Mayor" "São Gabriel"
Lugre-motor "Creoula" - Revista da Armada
Lugre-motor "Santa Maria Manuela" - Renasce
NTM Creoula em St.John´s, Agosto 1998
A Campanha do "Argus" - Alan Villiers
Lugre-motor "Argus" / "Polynesia II"
Lugre-motor "Primeiro Navegante"
Lugre-motor "Santa Maria Manuela"
Lugres-motor "Maria das Flores" "Maria Frederico"
A Inspiração dos Cisnes 1 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 2 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 3 (Inglês)
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 1
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 2
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 3
Navio-mãe "Gil Eannes" - Fundação
Navio-motor "Capitão Ferreira"
Navios-motor "Capitão Ferreira" "Santa Maria Madalena" "Inácio Cunha" "Elisabeth" "São Ruy"
Navio-motor "Pedro de Barcelos" ("Labrador" em 1988)
Arrastão "Santa Maria Madalena" 1
Arrastão "Santa Maria Madalena" 2
Arrastão "Leone II" ex-"São Ruy"
Arrastão "Álvaro Martins Homem"
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 1
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 2
Arrastão-clássico "Santo André"
Arrastões-popa "Praia da Santa Cruz" "Praia da Comenda"
Arrastão-popa "Inácio Cunha" hoje "Joana Princesa"
Arrastão-popa "Cidade de Aveiro"
Estaleiros de Viana do Castelo
# Quando o "Cutty Sark" foi o português "Ferreira"
# Quando o "Thermopylae" foi o português "Pedro Nunes"
# Quando o "Thomas Stephens" foi o português "Pêro de Alenquer"
# Quando o "Hawaiian Isles"/"Star of Greenland"/"Abraham Rydberg III" foi o português "Foz do Douro"
filmes - Mares e Rios de Portugal.
Catraia Fanequeira de Vila Chã, Vila do Conde
Maria do Mar - Nazaré, anos 30 - 9 partes
Tia Desterra - Póvoa de Varzim - 12 contos
Douro, Faina Fluvial - 1931 - 2 partes
Pescadores da Afurada, anos 60 - 2 partes
Palheiros de Mira - Onde os Bois Lavram o Mar - 1959
Lagoa de Santo André - 3 partes
Douro, Descida do Rio - 2 partes
Algarve, Atum na Costa - 2 partes
Estaleiros Navais de Viana do Castelo - 65 anos
A "Cumpanha".
Modelos de Navios de Prisioneiros de Guerra-POWs Bone Ship Models
A Lancha Poveira - Póvoa de Varzim
Museu Dr. Joaquim Manso - Nazaré
Bate Estacas - Barcos Tradicionais
Indigenous Boats - Barcos Indígenas
Carreteras, oceanos... - Galiza
Embarcações Tradicionais da Ria de Aveiro
COREMA - Associação de Defesa do Património
Singradura da Relinga - Galiza
O Piloto Prático do Douro e Leixões
Olivença é Portuguesa.