2 e 3 de Novembro - Terça e Quarta-feira
Calafetar
Usei algodão que ainda tinha em reserva. para calafetar usei um ferro de calafate e um martelo. Poderia ter usado um macete. O calafeto veda completamente a embarcação. Para realizar esta operação de calafetar tenho de abrir ligeiramente as juntas das tábuas porque estas ficam muito ajustadas durante a colocação. Antigamente o calafate era o artesão especialista desta tarefa. Principalmente nos grandes estaleiros. No entanto eu sempre calafetei os meus barcos. Assim era também com o meu tio avô Caseiro. Comecei pelo lado esquerdo e no dia 3 fiz o lado direito.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
29 de Outubro - Sexta-feira
Pontaletes e carlinga
Fiz e coloquei os pontaletes - servem para dar mais firmeza aos bancos e também para pregar as panas, de proa e de ré. Coloquei a carlinga (em cima das cavernas 5 e 6 de proa e o enchimento de proa) para servir de apoio ao mastro à proa, e fiz o buraco (a enora) no banco da proa para colocar o mastro.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
28 de Outubro - Quinta-feira
Paneiro e pana de proa
Fiz e coloquei o paneiro de proa e as panas de proa.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
27 de Outubro - Quarta-feira
Paneiro e pana de ré
Fiz e coloquei um paneiro de ré e uma pana de ré. O paneiro serve para manter a seco peças com que o mestre está a trabalhar ou que não necessita. Caso contrário ficariam no fundo, fora de mão e a embaraçar.
A pana divide, por exemplo, as artes que se colocam em diferentes quartéis, evitando que se enrasquem umas nas outras.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
25 e 26 de Outubro - Segunda e Terça-feira
Paneirinha e castanholas
Na Segunda-feira risquei e acertei uma paneirinha - peça a colocar por baixo da buçarda de ré, que serve para o mestre colocar peças miúdas, por exmplo uma agulha de consertar redes ou uma navalha.
Risquei também as cinco castanholas que servem para manter o tolete na posição certa. Na Terça-feira coloquei uma paneirinha por baixo da buçarda de ré e coloquei as 5 castanholas feitas no dia anterior. Foram colocadas abaixo das remadouras, entre o costado e a draga de baixo, duas do lado esquerdo, e três do lado direito.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
22 de Outubro - Sexta-feira
Dragas e verdugos
Boleei os verdugos, que neste caso é arredondar a melhor face da tábua.
Os verdugos saem os dois de uma mesma tábua - uma tira curva de 7 cm de largura e 2 cm de espessura. Boleei as dragas nas duas faces. As dragas, por seu lado, vêm de outra tábua mais fina, e ficam com cerca de 1,5 cm de espessura e 5 cm de largura. Comecei a deitar os verdugos da ré para a proa e da esquerda para a direita. As dragas foram também colocadas segundo a mesma lógica.
Os verdugos e as dragas foram serrados com a serra de volta e acabados com a plaina.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
21 de Outubro - Quinta-feira
Talabordos
Risquei e coloquei os talabordos em cima da embarcação. Risquei duas dragas de cima e dois verdugos redondos.
As dragas e os verdugos firmam a embarcação. O conjunto formado pelo talabordo e o verdugo redondo facilita o trabalho das redes na embarcação evitando que se prendam no costado. Também embeleza a embarcação.
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20 de Outubro - Quarta-feira
Gaiva e aperfeiçoamento dos cabeços
A gaiva - que é uma peça no bico da proa para alar o cabo de ancorar a embarcação - foi riscada e colocada no lugar. Os cabeços dos braços e enchimentos, que tinham sido deixados em grosso, e com as quinas vivas, foram aperfeiçoados a formão.
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19 de Outubro - Terça-feira
Remadouras
Cortaram-se os cabeços (que são os topos dos braços e dos enchimentos) que ficaram em grosso. Riscaram-se as cinco remadouras no lugar e acertaram-se com a enxó. Escolhi madeira de câmbala. Antigamente fazia-as em carvalho. Como não estava disponível escolhi uma madeira mais resistente que o pinho, porque aguenta melhor o desgaste pelo uso do remo. Ficaram todas colocadas.
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18 de Outubro - Segunda-feira
Repregar, repuxar e plainar
Hoje, um vizinho, o "Marreta" (que por acaso está com a marreta, a aguentar em cheio - ajudar o prego a entrar melhor na madeira) ajuda-me.
Repreguei - pôr pregos onde ainda fazem falta - e repuxei todos os pregos colocados na embarcação. A embarcação está deste modo pronta a ser plainada e lixada. Foi usada uma plaina pequena e lixada à mão com lixa de madeira. Usei todo o dia para realizar este conjunto de operações.
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14 e 15 de Outubro - Quinta e Sexta-feira
Fechos
Com a feitura dos fechos termina-se o costado da embarcação. Faz-se primeiro o fecho da direita e depois o da esquerda. Só depois do primeiro fecho pregado é que se começa com o outro.O fecho é a terceira e última tábua do costado.
Cada tábua é riscada no lugar, do meio para a ré e do meio para a proa. A tábua é depois serrada e são feitas as juntas com a garlopa. Serrei um fecho no dia 14 e outro no dia 15.
Antes de colocar cada fecho é necessário fazer uma fogueira e dar calor directamente ao interior de toda a tábua, fazendo-a vergar aquilo que é necessário. Alternadamente molha-se com água fria a parte de fora da tábua. Dar calor e molhar com água fria vai-se fazendo até que a tábua fique com a tortura desejada. Imediatamente prega-se a tábua vergada do meio para a ré e do meio para a proa.
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13 de Outubro - Quarta-feira
Sobrefundo
Neste dia tive a ajuda do Sr. Manuel, pescador de Vila Chã. Terminei a colocação do resbordo do lado direito e risquei o sobrefundo que é a tábua que encosta ao resbordo. Encosto depois a tábua virgem ao barco por cima do resbordo. Aperto com grampos contra o barco e risco por dentro. Retira-se para serrar com serra de volta. Com a garlopa fez-se a junta.
Coloca-se do meio para a ré. Também aqui se molha com água quente exactamente como no resbordo. Adriça-se o barco para o lado contrário e repete-se a mesma operação desde o risco até à colocação. Também se trabalha do meio para a proa.
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12 de Outubro - Terça-feira
Resbordos
Começo a colocar o resbordo do lado esquerdo, do meio para a ré. Molhei várias vezes com água quente à ré e à proa os dois lados do resbordo, e vou molhando sempre. Prego do meio para a ré, volto ao meio e prego do meio para a proa. Uso pregos zincados 4, 5 e 6. O número 6 mais para a ré e para a proa.
Terminada a colocação do resbordo esquerdo volto a embarcação de modo a dar início à colocação do resbordo direito. Também aqui foi necessário ir molhando com água quente à ré e à proa.
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11 de Outubro - Segunda-feira
Começar a deitar o fundo da embarcação
Adricei a embarcação em cima do banco (pôr ao alto e de lado) e segurei-a para começar a galivar. Encosto a faísca e a olho vejo onde está mais forte ou mais fraca a caverna e vou acertando com a enxó. A tarefa seguinte é abrir bueiras (pequeno furo feito com formão) para escoar a água de caverna para caverna. Volto à embarcação e escolho uma tábua para começar o fundo da embarcação. A primeira tábua do fundo contra a quilha chama-se resbordo. Risquei e serrei o primeiro resbordo do lado esquerdo. Depois risquei a tábua do resbordo direito pelo resbordo da esquerda.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
8 de Outubro - Sexta-feira
Verdugos de baixo (1)
Risquei, graminhei e aparelhei os verdugos que foram feitos um pelo outro. Rasguei ainda um alefriz em cada verdugo, na parte de baixo. A partir daqui cada verdugo fica a pertencer a um lado da embarcação.
9 de Outubro - Sábado
Verdugos (2)
O Senhor José da Caxeira ajudou-me durante as tarefas do dia. Comecei pelo verdugo do lado esquerdo, da ré para a proa, e deixei-o apontado à proa e à ré. Fui para o lado direito e fiz as mesmas operações com o outro verdugo. Preguei os dois verdugos que ficaram definitvamente prontos. Há certas tarefas que só podem ser executadas por duas pessoas, como é o caso da pregação dos verdugos.
texto e imagens – projecto CCC – Celebração da Cultura Costeira.
7 de Outubro - Quinta-feira
Buçardas
Risquei, acertei e preparei no lugar as buçardas de proa e de ré . As buçardas ajudam também a prender a embarcação. As cintas, as dragas e os verdugos vão prender na buçarda de proa e de ré.
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bacalhoeiros canadianos-americanos
relatos da lancha poveira "fé em deus"
A Frota Bacalhoeira Portuguesa.
filme Uma Aventura na Pesca do Bacalhau
documentário "A Pesca do Bacalhau" - 4 partes
filme 1952 - n/m "Alan Villiers" - Estaleiros Navais de Viana do Castelo
filme 1956 - n/m "São Jorge", construção e bota-abaixo
filme 1957 - l/m "Oliveirense"
filme 1958 - Bacalhoeiros em Viana do Castelo
filme 1964 - n/m "Novos Mares", chegada à Gafanha
filme 1967 - "Os Solitários Pescadores-dos-Dóris"
filmes 1977 a 1991 - Nos Grandes Bancos da Terra Nova
filme 1981 - "Terra Nova, Mar Velho"
História / Filmes de referência à Pesca do Bacalhau
Confraria Gastronómica do Bacalhau - Ílhavo
Lugre-patacho "Gazela Primeiro"
Lugre "Cruz de Malta" ex-"Laura"
Lugre "Altair" - "Vega" - "Vaz"
Lugre "Estrella do Mar - "Apollo" - "Ernani"
Lugres "Altair" "Espozende" "Andorinha" "S. Paio" "Cabo da Roca"
Lugres "Silvina" "Ernani" "Laura"
Lugres "Sotto Mayor" "São Gabriel"
Lugre-motor "Creoula" - Revista da Armada
Lugre-motor "Santa Maria Manuela" - Renasce
NTM Creoula em St.John´s, Agosto 1998
A Campanha do "Argus" - Alan Villiers
Lugre-motor "Argus" / "Polynesia II"
Lugre-motor "Primeiro Navegante"
Lugre-motor "Santa Maria Manuela"
Lugres-motor "Maria das Flores" "Maria Frederico"
A Inspiração dos Cisnes 1 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 2 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 3 (Inglês)
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 1
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 2
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 3
Navio-mãe "Gil Eannes" - Fundação
Navio-motor "Capitão Ferreira"
Navios-motor "Capitão Ferreira" "Santa Maria Madalena" "Inácio Cunha" "Elisabeth" "São Ruy"
Navio-motor "Pedro de Barcelos" ("Labrador" em 1988)
Arrastão "Santa Maria Madalena" 1
Arrastão "Santa Maria Madalena" 2
Arrastão "Leone II" ex-"São Ruy"
Arrastão "Álvaro Martins Homem"
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 1
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 2
Arrastão-clássico "Santo André"
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filmes - Mares e Rios de Portugal.
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O Piloto Prático do Douro e Leixões
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