A forma correcta de abordar as ondas nesta situação de mar era de proa, caso contrário virava o barco de imediato.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Uma cena do filme ao que parece nas praias a Norte do paredão, com embarcações já de médio e pequeno porte e sem grandes requintes decorativos, pois muitos destes barcos eram usados “apenas” para a pesca por terrenho e nas penedias ou a apanha de sargaço.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Ei-las que partem para a faina, saídas da Póvoa de Varzim, pano bem esticado, verga no topo do mastro. A prática da vela em todo o seu esplendor, num modo de vida que juntamente com a dureza que implicava muitas vezes, implicava também momentos de puro prazer a navegar.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
A força do “ala-arriba” na sua vertente física mas também social, pois unia novos e velhos, ricos e pobres, num acto de expectativa pelo resultado da safra acabada de chegar. Um puro momento de alegria no trabalho para a maioria.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Enquanto os homens se encontravam no mar, as mulheres no areal punham a conversa e as sortes em dia. Uma imagem que permite vislumbrar de perto motivos decorativos nas embarcações poveiras dos anos 40 do séc. XX.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Uma das características mais vincadas da embarcação poveira, era sem dúvida a sua enorme vela, que em tempos longínquos fora também dupla. Aqui é possível notar a sua dimensão mesmo numa catraia de 7 metros, quando ainda se encontra içada só a meio mastro. Tamanha “fartura de pano” comprova a destreza do pescador poveiro, neste e noutros aspectos.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
O momento em que a pequena catraia ultrapassa a rebentação da barra e chega ao areal. De notar que o barco quando chega à areia se atravessa, segundo algumas fontes, manobra essa para que não seja de novo levado pelo recuo do mar. Seria interessante que os habituais comentadores confirmassem esta manobra de “ataque” ao areal em dias de mar vivo.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
«Sou neto de Navegadores,
Heróis, Lobos d´água, Senhores
Da Índia, d´Aquém e Além-Mar!»
António Nobre.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
«Lá fora o vento como um gato bufa e mia...
Ó pescadores, vai tão bravo o Mar!
Cautela... Orçai! Largai a escota! Avé Maria!
Cheia de Graça... Horror! Mortos! E a água tão fria!...
Que triste ver os Mortos a nadar!»
António Nobre.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Temporal a crescer e as catraias a fazerem-se à barra poveira, quantas vezes o local chave entre a vida e a morte.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
«D. Nuno Álvares Pereira foi um nobre e guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Foi beatificado a 23 de Janeiro de 1918 pelo Papa Bento XV através do Decreto "Clementíssimus Deus" e foi consagrado o dia 6 de Novembro ao, então, beato. Iniciado em 1921, em 1940 o processo de canonização foi interrompido por razões essencialmente políticas. O país festejava então os Centenários da Fundação de Portugal e da Restauração da Independência e Salazar desejava que a canonização do Beato Nuno se revestisse de uma pompa nunca vista e num ambiente de grande exaltação nacionalista, incluindo uma possível visita papal a Portugal, para que o próprio Sumo Pontífice presidisse ás cerimónias da Canonização. O Papa de então (Pio XII) recusou, profundamente incomodado com o significado altamente político em que o facto estava a descambar. O Processo foi então suspenso e por assim dizer, caiu num "semi-esquecimento".»
Como denota este barco de pesca poveiro, também entre os pescadores esse esquecimento não ocorreu, pois vários barcos retinham o seu nome e memória.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
A pesada tarefa de levar o “colosso” às costas para cima do areal, notando-se a possível distracção do homem da câmara à esquerda a surgir no plano, certamente impressionado pelo momento. Apesar de alguns toques “artísticos” dados pelo realizador a diversos momentos do filme, os quais não correspondiam exactamente à realidade etnográfica, o peso do trabalho dos pescadores da altura, esse não sofreu alteração.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Mesmo junto ao areal, o batel “Ao Gosto dos Filhos” navega a toda a força de remos, governado à ré não pelo leme, mas sim por outro remo. Embora se saiba que estes barcos no seu maior porte podiam usar dois lemes, um de profundidade para fora da barra e outro ao nível da quilha para quando dentro dela, o uso do remo surge com frequência nos registos fotográficos.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Em grande plano uma catraia poveira e outra mais ao largo regressam à praia, num dia ao que parece excelente para velejar. Pode-se notar as óptimas características náuticas destes barcos, mesmo com o exemplo da foto, dos barcos de menor porte. O tracejar da espuma na água não engana.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Enquanto os homens estavam no mar, e na verdade também fora dele, todo o cuidado com as redes cabia às mulheres, desde lavá-las após a faina, a remendá-las, etc. Embora algumas fotos antigas mostrem homens a fazê-lo, na comunidade poveira era (também) maioritariamente responsabilidade da mulher.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
Este será um dos momentos do filme que melhor comprova a profunda relação do pescador poveiro com o mar, pois pouco ou nada nestas cenas terá sido fictício e “seguro”. O mar ostenta todo o mau tempo que se faz sentir, o barco é de pequeno porte e procura ultrapassar a barra em direcção ao areal, vira-se e os “actores” têm de simular o naufrágio. Só quem estivesse habituado a olhar o “mar-cão” nos olhos, arriscaria levar a cabo estas cenas.
Imagem do filme: “Ala-Arriba” – José Leitão de Barros, 1942
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