«Devido a dificuldades de tempo e distância relacionadas com a gestão das pescas longínquas, era difícil ao Estado Novo manter total controlo sobre os homens da frota portuguesa. Os navios de pesca moviam-se de umas área de pesca para outras e tinham contactos frequentes com pessoas de outras nações nos portos canadianos, onde pescadores e oficiais experimentavam um estilo de vida menos rígido e mais democrático – um desafio aos sistemas de controlo do Estado Novo.
Ao que parece no convés do “Gazela Primeiro”, como era habitual secam-se as velas dos dóris numa variedade de cores que infelizmente a grande maioria das fotos existentes não nos podem mostrar pelo facto de serem a preto e branco. A amarela será pertença de um pescador nortenho, enquanto a vermelha será de um pescador do centro de Portugal, a chamada vela de carangueja. Existia ainda a armação de vela “à algarvia”, mais rara.
O imponente gurupés do lugre-patacho “Gazela Primeiro”. Foto de Eduardo Lopes, 1951-53.
Belíssima imagem de lugres bacalhoeiros portugueses no porto de São João da Terranova. É possível apreciar os detalhes que estes navios de trabalho ostentavam, tanto nas suas popas, como nas proas. Vendo-se os painéis de popa do “Dom Deniz” e do “Gazela Primeiro”, a proa e beque são do lugre “Hortense”. Foto de Eduardo Lopes, 1951-53.
Trabalhos de marinharia nos mastros do lugre-patacho “Gazela Primeiro”. Foto de Eduardo Lopes, 1951-53.
O lugre-patacho “Gazela Primeiro” a navegar. Foto de Eduardo Lopes, 1951-53.
O ano é 1938 e os navios… lugres bacalhoeiros no rio Tejo a aguardar a partida para a Atlântico norte. Sempre de admirar os detalhes de decoração que todo o tipo de embarcações destes tempos recebia. O cuidado e brio de quem as construía e manobrava, muito diferente dos grosseiros gostos modernos onde praticamente nada se decora.
«"Terra Nova" é um filme escrito e dirigido por Artur Ribeiro inspirado livremente em dois contos de Bernardo Santareno; “O Lugre” e “Nos Mares do Fim do Mundo”.
O enredo segue uma viagem de um Lugre, o Terra Nova por mares do Canada e da Gronelândia na pesca do bacalhau e passa-se em 1937.
O drama desenvolve-se quando o Capitão se apercebe que a pesca é miúda nos mares do Canada e resolve dirigir-se em direção à Groelândia onde nunca antes os Portugueses tinham pescado. Começa um conflito entre a sabedoria do Capitão e os mitos dos pescadores que acham que na Gronelândia serão tramados pelo mar Artico desencadeando um motim a bordo.
Filmamos a bordo do Lugre Santa Maria Manuela, quinze dias em mares da Noruega mais 3 em Portugal a simular o Artico, outros quatro dias em estúdio onde a direção de arte construiu de forma brilhante o “rancho” (onde os pescadores comiam e dormiam) em cima de um sistema de pêndulo para simular o balanço do navio e três dias no interior do Lugre Creoula para fazer os interiores da Messe dos Oficiais.
A Câmara usada foi uma Alexa Mini. Foi quase tudo filmado com câmara à mão com objetivas Cooke S4i no formato 2.39 esférico captado em Arri Raw.
A bordo do Lugre só numa cena usamos luz artificial, de resto filmamos sempre com luz natural, e fomos abençoados pela bela luz do hemisfério norte.
A chefia da equipa técnica coube a David Vasquez como Focus Puller, Pedro Paiva como Gaffer e Tiago Caires como maquinista. Muito colaboraram para o sucesso da empreitada que foi fisicamente muito exigente, pois filmar em barcos obriga a uma capacidade de adaptação às circunstancias náuticas e climáticas fora do normal.
A estreia está prevista para meados de 2019»
texto e fotos – Associação de Imagem Portuguesa.
A pesca do bacalhau pelos portugueses foi dura, mas muito bela em certos aspectos. Esta foto mostra o lugre “Hortense” e um pescador a aproximar-se do seu navio para descarregar a farta carga de bacalhau que lhe preenche todo o dóri. Foto de Eduardo Lopes, 1951-53.
«Numa demanda por dar um rumo à sua vida e marcado pela memória do avô António que pescara bacalhau à linha num dóri, nos Grandes Bancos da Terra Nova e da Gronelândia, Vasco decide viajar até à cidade de St. John's, Newfoundland. Nas águas canadianas, o avô vivera a traumática experiência de se perder no nevoeiro. Uma carta de um pescador, nunca lida até ser encontrada, mais de quarenta anos depois de ter sido escrita, levanta questões a que Vasco quer dar resposta, na tentativa de colmatar um elo quebrado da história. Um romance que pretende ser uma homenagem a todos aqueles que viveram as duríssimas campanhas da pesca do bacalhau, bem como um tributo à arte da pesca solitária nos dóris e à Frota Branca portuguesa.»
Este é mais um reflexo da emotiva epopeia da pesca do bacalhau levada a cabo pelos pescadores de Portugal, retratada no formato de romance e que nunca é demais ser explorada no papel que teve tanto para portugueses como para estrangeiros, nomeadamente as gentes de São João da Terranova.
Esta belíssima obra de Fernando Teixeira mostra-nos uma das fotos mais emblemáticas de Alan Villiers na capa, o lugre "Aviz" cerca de 1950, em "descanso" no nevoeiro do Atlântico Norte.
É um livro que pode ser adquirido em formato digital ou impresso, através do respectivo website: https://fernandojteixeira.wixsite.com/website-2
Tendo recebido nos últimos dias algumas visitas ao blogue vindas de Aberdeen, na Escócia, por certo de algum emigrante português, tal lembrou-me desta imagem há muito à espera de ser mostrada. Trata-se do arranjo geral do navio bacalhoeiro “Pádua”, construído precisamente em Aberdeen no ano de 1947, nos estaleiros de Hall Russel Ship Builders. Este navio para a pesca do arrasto foi a sua construção nr. 799, estaleiros estes que iniciaram construções em 1864 e fecharam portas em 1992.
A bordo do lugre-patacho “Gazela Primeiro”, nos anos 50 um pescador demonstra como se apanhava bacalhau “à zagaia”, instrumento de pesca que não usava isco, atraíndo o bacalhau pela sua chumbada em forma de peixe. Foto de Eduardo Lopes.
«O navio de treino de mar SANTA MARIA MANUELA foi vendido pela Pascoal & Filhos, por “motivações estratégicas e de contexto”, para o Grupo Jerónimo Martins, (Recheio Cash & Carry, S.A.), “com efeitos legais a partir de 11 de Novembro de 2016”, segundo o blogue oficial do MANUELA em nota assinada pelos responsáveis pela recuperação do navio em 2007- 2010, Aníbal Paião e João Vieira. O SANTA MARIA MANUELA deixou o cais da Gafanha da Nazaré onde atracava desde 2010, a 8 de Novembro último e entrou em Lisboa na manhã seguinte, permanecendo atracado em Cabo Ruivo, junto à EXPO 98, até 8 de Janeiro, quando saiu para Viana do Castelo, tendo permanecido em doca seca de 10 a 17 de Janeiro em reparação no estaleiro WestSea, em trabalhos de manutenção técnica e pintura, que decorreram com inteiro agrado do armador. Posta a hipótese de o registo do navio ser transferido para a Madeira, para já manteve-se o registo convencional, em Aveiro. O MANUELA mudou entretanto de sociedade classificadora, para o Germanischer Lloyd e a tem gestão técnica da Mutualista Açoreana, uma empresa da Bensaude Marítima, que assegura igualmente a agência no porto de Lisboa. O SANTA MARIA MANUELA foi construído em Lisboa pela CUF no estaleiro da Rocha do Conde de Óbidos em 1937, lado a lado com o seu irmão CREOULA, destinando-se à pesca do bacalhau no Atlântico Norte, propriedade da Empresa de Pesca de Viana, que o vendeu em Novembro de 1963 à Empresa de Pesca Ribau, de Aveiro, depois de a Parceria Geral de Pescarias ter sido sondada no sentido de ver se teria interesse na sua aquisição. O SANTA MARIA MANUELA pescou pela última vez em 1993, na NAFO, já com redes de emalhar, e foi abatido em Fevereiro de 1994, preservando-se o casco, em parte graças à sensibilidade do Capitão do Porto de Aveiro de então, Cte. Rodrigues Pereira, passando a pertencer à Fundação Santa Maria Manuela, constituída nesse mesmo ano com o objectivo de recuperar o seu traçado original, o que não se concretizou, acabando em 2007 cedido à Pascoal & Filhos, que promoveu a recuperação do MANUELA, o qual foi inaugurado, na sua forma actual, a 10 de Maio de 2010, num momento de grande significado para a Marinha Mercante portuguesa. Sob operação da Pascoal, o SANTA MARIA MANUELA desenvolveu intensa actividade, desde 2010, participando nas regatas da Sail Training Association, prestigiando Portugal no estrangeiro e sendo visitado por mais de 400 mil pessoas. Integrado no universo do Grupo Jerónimo Martins, o MANUELA deverá retomar a actividade já em 2017, reforçando a ligação dos novos proprietários ao mar»
Um autêntico festival de navios, pescadores e marinheiros, durante a Benção dos Bacalhoeiros no rio Tejo dos anos 30. Era um verdadeiro evento nacional que juntava milhares de pessoas às famílias de pescadores que aqui se despediam deles.
bacalhoeiros canadianos-americanos
relatos da lancha poveira "fé em deus"
A Frota Bacalhoeira Portuguesa.
filme Uma Aventura na Pesca do Bacalhau
documentário "A Pesca do Bacalhau" - 4 partes
filme 1952 - n/m "Alan Villiers" - Estaleiros Navais de Viana do Castelo
filme 1956 - n/m "São Jorge", construção e bota-abaixo
filme 1957 - l/m "Oliveirense"
filme 1958 - Bacalhoeiros em Viana do Castelo
filme 1964 - n/m "Novos Mares", chegada à Gafanha
filme 1967 - "Os Solitários Pescadores-dos-Dóris"
filmes 1977 a 1991 - Nos Grandes Bancos da Terra Nova
filme 1981 - "Terra Nova, Mar Velho"
História / Filmes de referência à Pesca do Bacalhau
Confraria Gastronómica do Bacalhau - Ílhavo
Lugre-patacho "Gazela Primeiro"
Lugre "Cruz de Malta" ex-"Laura"
Lugre "Altair" - "Vega" - "Vaz"
Lugre "Estrella do Mar - "Apollo" - "Ernani"
Lugres "Altair" "Espozende" "Andorinha" "S. Paio" "Cabo da Roca"
Lugres "Silvina" "Ernani" "Laura"
Lugres "Sotto Mayor" "São Gabriel"
Lugre-motor "Creoula" - Revista da Armada
Lugre-motor "Santa Maria Manuela" - Renasce
NTM Creoula em St.John´s, Agosto 1998
A Campanha do "Argus" - Alan Villiers
Lugre-motor "Argus" / "Polynesia II"
Lugre-motor "Primeiro Navegante"
Lugre-motor "Santa Maria Manuela"
Lugres-motor "Maria das Flores" "Maria Frederico"
A Inspiração dos Cisnes 1 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 2 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 3 (Inglês)
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 1
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 2
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 3
Navio-mãe "Gil Eannes" - Fundação
Navio-motor "Capitão Ferreira"
Navios-motor "Capitão Ferreira" "Santa Maria Madalena" "Inácio Cunha" "Elisabeth" "São Ruy"
Navio-motor "Pedro de Barcelos" ("Labrador" em 1988)
Arrastão "Santa Maria Madalena" 1
Arrastão "Santa Maria Madalena" 2
Arrastão "Leone II" ex-"São Ruy"
Arrastão "Álvaro Martins Homem"
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 1
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 2
Arrastão-clássico "Santo André"
Arrastões-popa "Praia da Santa Cruz" "Praia da Comenda"
Arrastão-popa "Inácio Cunha" hoje "Joana Princesa"
Arrastão-popa "Cidade de Aveiro"
Estaleiros de Viana do Castelo
# Quando o "Cutty Sark" foi o português "Ferreira"
# Quando o "Thermopylae" foi o português "Pedro Nunes"
# Quando o "Thomas Stephens" foi o português "Pêro de Alenquer"
# Quando o "Hawaiian Isles"/"Star of Greenland"/"Abraham Rydberg III" foi o português "Foz do Douro"
filmes - Mares e Rios de Portugal.
Catraia Fanequeira de Vila Chã, Vila do Conde
Maria do Mar - Nazaré, anos 30 - 9 partes
Tia Desterra - Póvoa de Varzim - 12 contos
Douro, Faina Fluvial - 1931 - 2 partes
Pescadores da Afurada, anos 60 - 2 partes
Palheiros de Mira - Onde os Bois Lavram o Mar - 1959
Lagoa de Santo André - 3 partes
Douro, Descida do Rio - 2 partes
Algarve, Atum na Costa - 2 partes
Estaleiros Navais de Viana do Castelo - 65 anos
A "Cumpanha".
Modelos de Navios de Prisioneiros de Guerra-POWs Bone Ship Models
A Lancha Poveira - Póvoa de Varzim
Museu Dr. Joaquim Manso - Nazaré
Bate Estacas - Barcos Tradicionais
Indigenous Boats - Barcos Indígenas
Carreteras, oceanos... - Galiza
Embarcações Tradicionais da Ria de Aveiro
COREMA - Associação de Defesa do Património
Singradura da Relinga - Galiza
O Piloto Prático do Douro e Leixões
Olivença é Portuguesa.