Terça-feira, 13 de Março de 2018
O navio-motor “Pádua”.

Tendo recebido nos últimos dias algumas visitas ao blogue vindas de Aberdeen, na Escócia, por certo de algum emigrante português, tal lembrou-me desta imagem há muito à espera de ser mostrada. Trata-se do arranjo geral do navio bacalhoeiro “Pádua”, construído precisamente em Aberdeen no ano de 1947, nos estaleiros de Hall Russel Ship Builders. Este navio para a pesca do arrasto foi a sua construção nr. 799, estaleiros estes que iniciaram construções em 1864 e fecharam portas em 1992.

Este navio em aço de cerca de 67 metros de comprimento, 11m de boca e 5m de pontal, deslocava 1.296 toneladas brutas e o seu armador foi a Empresa Comercial e Industrial de Pesca (PESCAL) de Lisboa. Em 1968 receberia o nome de “Aida Peixoto” e voltaria em 1980 ao original “Pádua”.
Os seus dias terminariam em 1991, possivelmente desmantelado (não confirmado), na onda de muitos outros nos inícios dos anos 90, por directivas comunitárias na sua maioria. Uma das suas poucas fotos existentes é esta, do Museu Marítimo de Ílhavo.
No link abaixo é possivel descarregar uma imagem maior deste arranjo geral do navio, onde é possível ver em detalhe como se dividiam os vários compartimentos, desde o local dos porões do peixe, a onde se guardava o vinho, o rancho da tripulação, ou os enormes depósitos de fuel. Algo que poderá ajudar os modelistas navais que hoje em dia se vão apercebendo cada vez mais dos muitos e interessantes navios da frota bacalhoeira portuguesa. É preciso pegar neles, estudá-los e torná-los visíveis de novo hoje em dia, na arte do modelismo.
 
“Pádua” – arranjo geral.


publicado por cachinare às 22:04
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Quinta-feira, 22 de Janeiro de 2015
3.º Concurso de Modelismo Náutico - Museu Marítimo de Ílhavo, 2015.

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De periodicidade bienal, o Concurso de Modelismo Náutico MMI tem como objetivo promover a cultura náutica como forma de expansão da Cultura Marítima, em geral, e a consolidação do projeto sociocultural do Museu Marítimo, em especial. Como entidade promotora e patrocinadora, a Câmara Municipal de Ílhavo atribuirá, através da decisão do júri constituído para o efeito, o Prémio de Modelismo MMI no valor de 3.500,00 euros, ficando a obra premiada a constituir propriedade da Câmara Municipal de Ílhavo e integrada no espólio do Museu Marítimo.

Tema: Arrastões de Pesca do Bacalhau

  1. No sentido de promover a cultura náutica como forma de expressão da cultura marítima, em geral, e instrumento de consolidação do projeto sociocultural do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI), em especial, a Câmara Municipal de Ílhavo instituiu o Prémio de Modelismo MMI em 2011, com periodicidade bienal.
  2. A atribuição do Prémio de Modelismo MMI decorre de um concurso de modelismo náutico subordinado a um tema/género de embarcação.
  3. O 3.º Concurso de Modelismo Náutico do Museu Marítimo de Ílhavo decorre entre 17 de janeiro a 14 de novembro de 2015.
  4. O Concurso é aberto a todos os interessados, com idade a partir dos 16 anos, inclusivamente.

CRONOGRAMA

17 de janeiro a 28 de fevereiro – inscrição para candidaturas
20 de outubro a 1 de novembro – receção dos trabalhos
7 de novembro a 12 de dezembro – exposição
14 de novembro - entrega de prémios

Normas de participação do 3.º Concurso Modelismo Náutico Museu Marítimo de Ílhavo 2015

Ficha de inscrição do 3.º Concurso Modelismo Náutico Museu Marítimo de Ílhavo 2015

Brochura do 3.º Concurso Modelismo Náutico Museu Marítimo de Ílhavo 2015

Cartaz do 3.º Concurso Modelismo Náutico Museu Marítimo de Ílhavo 2015

via Museu Marítimo de Ílhavo online



publicado por cachinare às 21:15
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Sábado, 4 de Outubro de 2014
“Balclutha”.

Para além de serem navios extraordinários da Era da vela, são duas as razões principais pelas quais escrevo sobre o “Balclutha”: o facto de Alan Villiers estar ligado a ele e o modelismo naval, pois existem os planos disponíveis para quem o queira construír. Ainda assim, como modelista, prefiro que se ponham projectos de navios / barcos Portugueses na frente da lista.

Este grande veleiro de transporte mercante foi construído e lançado à água em 1886 nos estaleiros de Charles Connel & Company, próximo de Glasgow na Escócia. A sua rota principal seria constantemente dobrar o Cabo Horn, na América do Sul. A 15 de Janeiro de 1887, com uma tripulação de 26 homens, o “Balclutha” partia sob bandeira Britânica do porto de Cardiff, no País de Gales, para a sua viagem inaugural, com destino a São Francisco, E.U.A.. O navio entrava nessa cidade em Golden State depois de 140 dias de mar, descarregando a carga de 2.650 tons. de carvão que trazia e carregando trigo da Califórnia. Devido às viagens oceânicas de meses, o “Balclutha” fazia uma só viagem anual de ida e volta enquanto esteve envolvido no comércio de cereal. Veio 3 vezes a São Francisco, trazendo também porcelanas, whisky e metais em bruto. Por meados dos 1890s passou a dirigir-se a outros portos como na Nova Zelândia onde carregava lã destinada a Londres.
Em 1899 o navio foi transferido para bandeira do Hawaii e juntou-se ao concorrido transporte de madeira do Pacífico. Durante 3 anos o “Balclutha” velejou para Norte até à Sonda de Puget, Washington e de lá para a Austrália. A maioria dos “pés de madeira” (medida usada na altura) que transportou acabariam no subsolo, usados nas minas de Broken Hill, na Austrália. Este navio foi o último a arvorar bandeira do Reino do Hawaii. Em 1901 passou para registo dos E.U.A. com destino ao comércio costeiro entre portos Americanos. Pouco depois a Alaska Packers Association, dedicada à pesca e processamento de salmão, adquiriu-o para transportar homens e bens para o Alaska.
Após um encalhe em 1904, mudou de nome para “Star of Alaska” até 1930, quando já era o único navio a transportar cerca de 200 trabalhadores para o Norte e nesta altura já o navio mostrava “cansaço”. Frank Kissinger comprou o “Star of Alaska” em 1933 por 5.000 dólares e mudou-lhe o nome para “Pacific Queen”. Levando o navio para Sul, Kissinger ancorou ao largo da Ilha de Catalina, onde apareceu no filme “A Revolta na Bounty”. Pouco depois passou a ir de porto em porto na costa Oeste, exibido como “navio pirata”, deteriorando-se e escapando por pouco a depósito de sucata na II Guerra Mundial.
Em 1954 o Museu Marítimo de São Francisco, detentor de dois ex-bacalhoeiros, o “Wawona” e o “C.A. Thayer”, adquiriu o “Pacific Queen” e através de donativos, materiais e trabalho das gentes locais, restaurou o navio e atribuiu-lhe o nome original. O navio foi transferido para o National Park Service em 1978 e designado Monumento Nacional em 1985. Hoje em dia é um dos vários navios originais atracados em exposição do Museu. Mensalmente organiza por exemplo um festival de “Shanties”, músicas tradicionais de marinheiros.
Alan Villiers, o capitão Australiano que fez uma campanha ao bacalhau durante 6 meses a bordo do lugre-motor Português “Argus” em 1950, escreveu em 1955 um livro sobre o “Balclutha” intitulado “Duas Histórias na Vida do Navio Balclutha”.
 
Uma vez que o navio existe hoje em dia e são inúmeras as fotos do mesmo (basta procurar), é possível construír um modelo excelente e para isso cá fica o link para os planos do navio. Os planos são excelentes e encontram-se no site da Biblioteca do Congresso Americano. Pode-se fazer o download em duas resoluções, sendo a maior verdadeiramente "gigante".
Todos os detalhes possíveis estão lá publicados e bastará aliá-los às fotos.
 
Biblioteca do Congresso Americano - "Balclutha"


publicado por cachinare às 02:22
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Domingo, 17 de Março de 2013
O "Gazela Primeiro" em perfil.

 

Um desenho de perfil do antigo lugre-patacho bacalhoeiro português "Gazela Primeiro". Um navio com uma história imensamente longa (e surpreendente) que continua a navegar ainda hoje sob bandeira norte-americana, com porto de abrigo em Filadélfia. Este desenho porventura irá aguçar o apetite a muitos modelistas navais, que a meu ver, deveriam apostar na investigação e construção de modelos de navios e embarcações portuguesas, pois basta olhar para os nossos últimos cinco séculos de história e aí se encontram inúmeros exemplos de belíssima construção naval, grandes e imponentes navios e uma variedade ímpar a nível mundial de embarcações tradicionais. Mas como diz o provérbio... a comida da vizinha é sempre melhor que a minha.



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Domingo, 15 de Julho de 2012
As últimas lanchas da Póvoa de Varzim.

Terminei há um par de semanas atrás mais dois modelos de belíssimos barcos da Póvoa neste caso, duas lanchas. Duas que futuramente, espero, serão quatro, pois representam e inspiram-se nas últimas quatro lanchas que existiram na Póvoa durante os anos 40 do séc. XX. Foram elas a “S. José”, a “Ala Arriba”, a “Sr. Nagonia” e a “Fé em Deus”. Alguns dos pescadores mais antigos ainda entre nós relatam as brincadeiras que faziam dentro destas lanchas no areal e sublinham sempre o enorme tamanho das mesmas e o gozo que lhes dava.

Os raros registos fotográficos que existem delas permitem descobrir poucos dos seus detalhes interiores, só se sabendo ao certo as suas cores e partes da decoração exterior à ré. Somente a “Fé em Deus”, da qual existe uma réplica há 20 anos, permite esse conhecimento fiel da decoração e estrutura. Foram estes os dois primeiros barcos que construí com vela e a imponência final é óbvia. Com mais de oito semanas de trabalho diário para cada barco, e um trabalho minucioso por vezes desgastante, a verdade é que me dá um gosto tremendo a construção destes barcos, e fá-los-ei para o resto da vida.



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Terça-feira, 5 de Junho de 2012
A motora "Pedro Nunes" em modelo.
 

As fotos que ilustram este artigo mostram o modelo de uma motora de finais dos anos 60, muito possivelmente construída nos estaleiros navais de Vila do Conde e matriculada na Póvoa de Varzim.

É da autoria do Sr. Joaquim Castro, da Póvoa de Varzim e encontra-se desde há uns meses no Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim a título permanente. Esta motora está construída na escala 1/10 e tem comprimento de 150cm.

A construção é excelente e denota a prática do construtor, tendo-se baseado em planos reais, mas o aspecto da decoração teve de ser improvisado, à falta de fotos da embarcação à altura.

Agradeço ao Sr. Joaquim Castro o contacto e envio das fotos do modelo, pois para além de toda a beleza que ostenta, representa as antigas motoras de “popa de leque” que me encantam. Por outro lado é mais um modelo de uma embarcação portuguesa e isso tem a maior das importâncias, visto que normalmente os modelistas escolhem modelos estrangeiros, quando o passado da construção naval portuguesa é riquíssimo, e tão pouco explorado.

 

 
 


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Domingo, 27 de Maio de 2012
Dia do Pescador 2012 - Póvoa de Varzim.


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Segunda-feira, 2 de Abril de 2012
Revista T.E.A.M. nr.2.

 

Já está disponível para leitura grátis o número 2 da revista de modelismo naval da associação T.E.A.M., da Gafanha da Nazaré. Um excelente trabalho levado a cabo por esta associação, que leva a paixão pelo modelismo naval ao seu expoente máximo, não só pelos modelos que elaboram, mas também pelo complemento de uma revista. Basta clicar na imagem para aceder à revista.

Ainda há dias trabalhava eu nos meus modelos usando molas e esta dica vem mesmo a calhar, para as transformar em grampos



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Quarta-feira, 14 de Março de 2012
Oficina de Modelismo Naval - Póvoa de Varzim.

 

«António Fangueiro é o próximo convidado do projecto pedagógico “Património Marítimo - Aprender e Marear na Lancha Poveira”, uma iniciativa com o apoio da Biblioteca Municipal.

A Escola do Século irá receber dia 15 de Março, às 14h00, uma oficina de modelismo naval onde as crianças vão conhecer e aprender como se faz algumas réplicas de embarcações tradicionais poveiras com o convidado desta atividade.

A construção de modelos é a melhor forma de mostrar e contactar com aquelas magníficas embarcações que eram, já nos anos 80, uma memória no areal e uma criança, hoje em dia, nem sonha que elas ali estiveram antes.

Passando pelas variadas dimensões, cores, nomes, símbolos, marcas ou padrões de ordenamento de todos esses elementos, tudo se revela fascinante nestas réplicas, meio essencial de um pescador e que, à época, tinha um papel fundamental na sociedade.

António Fangueiro nasceu em Vila do Conde em 1975 e viveu sempre na Poça da Barca, "virado a Norte" e com a Póvoa de Varzim como maior referência, pois os seus progenitores sempre estiveram ligados à atividade piscatória e a esta cidade. Desde cedo que se relacionou com o mundo da pesca e com todos os seus intervenientes.

Ao longo deste ano lectivo a Escola do Século, em parceria com a Biblioteca Municipal, tem vindo a desenvolver este projecto que inclui a dinamização de actividades lúdico-pedagógicas sobre a valorização do património marítimo local, abrangendo várias áreas temáticas e convidando diferentes intérpretes de acordo com complementaridade multidisciplinar ministrada no ensino básico.»

                                       

in CAMARA MUNICIPAL DA PÓVOA DE VARZIM online.



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Terça-feira, 7 de Fevereiro de 2012
“Bluenose IV”.

A escuna “Bluenose”, sobre a qual já escrevi anteriormente, é o símbolo da herança marítima da Nova Escócia e orgulho do Canadá, representado na sua moeda corrente e talvez o mais famoso veleiro do mundo na sua classe. Há cerca de 80 anos, recebeu o título de “Rei do Atlântico Norte” como campeão invencível do Troféu Internacional de Pescadores, bem como uma das escunas de pesca de maior sucesso do seu tempo, sendo Lunenburg o seu porto de abrigo. Desde a sua criação pela mão do designer W.J. Roué, ao lançamento a 26 de Março de 1921 no estaleiro de Smith & Rhuland em Lunenburg, passando pelas ilustres carreiras de competição e pesca nos anos 20 e 30, pela tenacidade a representar o Canadá nos E.U.A. e Europa, o “Bluenose” firmou o seu lugar na história do Canadá, aclamado internacionalmente.

Com o fim da indústria de pesca à vela e a II Guerra Mundial a provocar o fim das competições e mostras, o “Bluenose” foi desprovido dos seus mastros e vendido a uma companhia dos E.U.A. para trabalhar em cabotagem nas Caraíbas, onde viria a conhecer o destino final ao embater num recife ao largo do Haiti a 29 de Janeiro de 1946. Durante mais de uma década, várias vozes se faziam ouvir para a construção de uma réplica que comemorasse o “Bluenose”, mas foi só quando uma corporação privada, a Oland & Son Brewery, assegurou os direitos a Roué que o “Bluenose II” se tornou uma realidade. O seu propósito primário seria a promoção da cerveja “Schooner” da Oland; passaria os invernos nas águas quentes das Caraíbas a servir de iate privado aos seus donos e anualmente participaria na Exibição das Pescas em Lunenburg.
O “Bluenose II” foi lançado a 24 de Julho de 1963 e serviu durante vários anos segundo os planos da Oland. Quando a Oland Brewery foi vendida à Labatt Breweries do Ontario em 1971, os seus novos donos doaram a embarcação à Província da Nova Escócia por um dólar. Nos 20 anos seguintes seria o veleiro embaixador da Nova Escócia, representando-a em portos da costa Leste e Oeste da América do Norte e nas Caraíbas. Em Março de 1994, o governo da Nova Escócia anunciou que o “Bluenose II” necessitava de um restauro que custaria mais de 1 milhão de dólares, algo que não estavam preparados para levar a cabo. Foi então decidido que a escuna passaria a atracção turística atracada entre Lunenburg e Halifax. Planos a longo termo eram de lhe retirar toda a aparelhagem e levá-lo para alto mar onde seria afundado.
A esta notícia reagiram 3 grupos privados em nome do “Bluenose” com dois propósitos: 2 grupos anunciaram iniciativas para um novo “Bluenose” e o terceiro formaria o “Salvem o Bluenose II”. O “Bluenose II Preservation Trust Society” seria fundado por membros do sector privado para salvar a escuna e durante o Inverno de 1994-95 com sucesso reuniram os fundos  e terminaram o restauro a tempo da Cimeira do G-7 de 1995 em Halifax. O restauro custaria cerca de $500.000 dólares. A escuna operaria até 2004, altura em que as suas operações passaram para a “Lunenburg Museum Society”. Em Agosto de 2006, após exaustiva investigação e conversações com detentores de direitos, nasceu o projecto para o lançamento de uma segunda réplica desta embarcação icónica de modo a mantê-la para as próximas gerações. Curiosamente e por motivos legais de detenção de direitos, não foi permitido o uso da designação “Bluenose III”, razão para a escolha de “Bluenose IV”.
Os preparativos para o início da construção começaram no Verão de 2006. Enquanto que os planos originais foram modificados para a construção do “Bluenose II”, o “Bluenose IV” seria esteticamente fiel como réplica do original, excepto em detalhes mínimos para corresponder aos códigos marítimos actuais. O primeiro verdadeiro passo foi determinar o construtor, não um qualquer estaleiro naval, mas sim um que pudesse construír uma embarcação com tamanha tradição e integridade como esta. Após extensiva procura, o escolhido foi o estaleiro Snyder, em Dayspring, Nova Escócia. Neste estaleiro trabalham actualmente descendentes dos homens que construíram os dois “Bluenose” anteriores. O lançamento à água estaria previsto para 24 de Julho de 2010, 47 anos exactos após o nascimento do “Bluenose II”. No entanto a falta de fundos, deitou por terra todo o projecto pouco depois de começar.
 
Os propósitos do “Bluenose IV” eram em muito semelhantes aos que o lugre bacalhoeiro “Santa Maria Manuela”, actualmente restaurado em Portugal e destinado a inúmeras funções de promoção da sua região, instrução naval, pesquisa científica, divulgação da sua história entre outros. No entanto o “Bluenose IV” tinha uma vantagem que é o facto de ser construído de raíz, réplica exacta do original e em madeira o que favorece vários outros planos de aprendizagem e instrução à construção naval em madeira, algo que com o “Santa Maria Manuela” não pode acontecer. Durante a construção do “Bluenose IV”, o público, incluindo grupos escolares poderia ver como os trabalhos decorreriam, com guias e todo o projecto estaria inserido numa vertente histórico-turística da região, algo que gostaria de ver no futuro a acontecer em Aveiro relativamente à pesca do bacalhau, uma das nossas grandes heranças marítimas.


publicado por cachinare às 20:08
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Segunda-feira, 1 de Agosto de 2011
A preto e branco.

 

Quando se fala em navios ornamentados, a partir do séc. XVI surgem outras potências marítimas como a Holanda ou Inglaterra e a construção naval atinge grandes desenvolvimentos. Um deles era na ornamentação dos navios, fossem de guerra fossem de pesca, fossem de transporte. Esta é a popa do conhecido “Wasa”, navio da Suécia de 1626 que não navegou mais de uma milha. Afundou-se por erros de cálculo de estabilidade... não pelos ornamentos.



publicado por cachinare às 10:46
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Quinta-feira, 14 de Julho de 2011
O modelo mais recente.

 

Comprimento 14,00m  Boca 3,80m  Pontal 1,77m

 

Embarcação construída em Vila do Conde, foi a primeira adquirida em Portugal pelo meu avô paterno em 1960, após 15 anos na pesca do bacalhau.

Numa altura em que quase não se usavam redes de emalhar na pesca, estas motoras dedicavam-se sobretudo à pesca com trole (aparelhos com centenas de anzóis que permitiam seleccionar o peixe, preservando o ecossistema marítimo... tal como a pesca do bacalhau à linha, entre outras).

O comprimento destes barcos variava entre os 9 e os 14 metros, tinham motor a gasóleo e uma vela auxiliar “poveira” para situações de falha do motor em alto mar, notando-se ainda esses elos ao passado da pesca à vela também nas duas forquetas a bombordo onde poisa uma verga, ou ainda no uso da tradicional “polé” à proa, para alar o aparelho.

Este design de motoras, com influências das galegas de Vigo, Peniche ou Algarve mas muito mais elegante (note-se por exemplo a “popa de leque”), foi um dos desenvolvidos nos estaleiros de Vila do Conde e ali construíram-se dezenas destes barcos entre finais dos anos 40 até meados dos anos 60, na sua maioria destinados ao porto vizinho da Póvoa de Varzim.

Eram barcos de pesca que ainda prendem o olhar, dum tempo em que se construía por dinheiro... mas também por gosto.

 

Modelo elaborado por António Fangueiro © - 2011



publicado por cachinare às 09:14
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Segunda-feira, 30 de Maio de 2011
Modelismo e Arqueologia Naval - 3.ª sessão, Seixal.

 

«O Ecomuseu Municipal do Seixal vai promover, ao longo do ano lectivo de 2010/2011, um atelier trimestral sobre representação arqueológica, à escala, de embarcações históricas e tradicionais.
A iniciativa denomina-se Atelier “Modelismo e Arqueologia Naval”, decorre no Núcleo Naval do Ecomuseu Municipal do Seixal, na Arrentela, um Sábado por trimestre e inclui uma exposição de modelos em construção, um workshop e uma conferência sobre modelismo e arqueologia naval.
A parte expositiva do atelier está aberta ao público em geral e é constituída por modelos realizados no âmbito das actividades de formação do Ecomuseu e por peças trazidas por participantes externos (sujeitas a selecção). Estas últimas deverão respeitar paradigmas de escala e de rigor construtivo e representar, por ordem de preferência, barcos do Tejo, embarcações nacionais, outros modelos construídos de raiz a partir de planos e/ou documentos originais e, por fim, modelos construídos a partir de caixas de construção comerciais em madeira.
Para cada sessão estão previstos workshops sobre técnicas de preparação e tratamento da madeira, confecção de poleame, colocação de aparelho, fundição de metais, pintura … e um conjunto de conferências sobre a história da construção naval da Antiguidade ao Renascimento, viagens e navegações, barcos tradicionais do Tejo …. (os temas concretos de cada sessão serão oportunamente anunciados).

As sessões do Atelier “Modelismo Naval e Arqueologia” decorrem entre as 10h00 e as 17h00, com intervalo para almoço, e realizam-se nas seguintes datas:


-1ª Sessão: Dia 4 de Dezembro de 2010;
-2ª Sessão: Dia 12 de Março de 2011;
-3ª Sessão: Dia 25 de Junho de 2011;
-4ª Sessão: Dia 17 de Setembro de 2011;


Este atelier pretende ser um ponto de encontro trimestral para quem faz do modelismo um instrumento privilegiado para o estudo, a preservação e a promoção do património marítimo e da história da náutica.

O atelier é de livre acesso. No entanto, para apresentar peças à exposição e participar nos trabalho de formação é necessário realizar uma inscrição prévia, sem custos, por e-mail para carlos.montalvao@cm-seixal.pt , indicando nome, contactos e identificação do modelo a apresentar.
Os participantes são convidados a inscrever-se num almoço de confraternização, sendo que a refeição terá ementa e preço fixo previamente comunicado aos eventuais interessados.
A iniciativa possibilita o encontro e a troca de experiências e da saberes entre amadores e profissionais ligados à prática do modelismo e ao estudo arqueológico das embarcações históricas e tradicionais e é uma excelente oportunidade para vincar as potencialidades do modelismo naval enquanto instrumento privilegiado no fomento do estudo, da conservação e da promoção do património marítimo e da história da náutica.»

 

via Lancha Poveira do Alto.



publicado por cachinare às 19:35
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Sexta-feira, 6 de Maio de 2011
Modelos de Navios de Prisioneiros de Guerra.

 

«Durante as Guerras Napoleónicas (1793-1815) entre França e a Europa, de ambas as partes de faziam prisioneiros. A maioria deles acabaria confinada, por vezes durante muitos anos, em Inglaterra e na Escócia. Durante os primeiros anos, enormes cascos de navios abatidos eram usados para servir de prisão aos miseráveis. Mais tarde, começaram a construir-se complexos em madeira para acolher cerca de 8.000 prisioneiros, como o de 1797 de Norman Cross, Peterborough, em Inglaterra. A prisão de granito em Dartmoor, iniciada em 1805, receberia os seus primeiros prisioneiros em 1809.

Estes prisioneiros passariam então, vários deles, a construir modelos de navios com os materiais que tinham disponíveis, como restos de madeira, ou osso de restos de comida. Desenvolveram assim uma forma de arte e os modelos eram depois vendidos ao público, através dos guardas das prisões. Este intercâmbio fornecia aos prisioneiros também o marfim e ferramentas diversas, de modo a que os modelos fossem o mais realistas possível.

O velame e cordame era feito com cabelo humano, de cavalo, seda ou outro qualquer material aplicável que conseguissem obter. Na maior parte, os cascos dos modelos eram esculpidos em madeira e depois revestidos com finas placas de osso ou marfim. As restantes partes do navio como os mastros e retrancas eram também em osso ou marfim.»

 

texto traduzido da página de Manfred Stein sobre o tema.

imagem - colecção do Museu Marítimo de Greenwich, Inglaterra.

 

Recentemente recebi a indicação desta nova página web pelo seu autor, Manfred Stein a qual de imediato me chamou à atenção pelo conceito raro de modelismo naval que passa a divulgar. Modelismo naval elaborado por prisioneiros de guerra, com os materiais que tinham disponíveis. Alguns navios tinham até a pregaria ou outras partes metálicas em ouro, ouro esse das alianças de casamento dos próprios prisioneiros. Hoje em dia, estes navios são altamente procurados por museus e coleccionadores, atingindo valores exorbitantes.

Abaixo fica o link para a página de Manfred Stein, onde se encontram outros links de museus e coleccionadores detentores de modelos da época.

 

Modelos de Navios de Prisioneiros de Guerra.



publicado por cachinare às 18:17
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Quarta-feira, 5 de Janeiro de 2011
“Côte d’Émeraude”.
O navio “Côte d´Émeraude” foi construído em 1925 nos estaleiros de Craipeau em Saint-Malo, Norte da Bretanha na França. Era um navio de 380 toneladas, com 42,55 metros de comprimento, 9,70 de largura máxima e 4,40 de calado. Ficou conhecido pela pesca ao bacalhau que efectuou nos Bancos da Terra Nova, sendo embarcações desenhadas para as longas travessias do Atlântico. Este navio foi um dos últimos a ser construído para a Grande Pesca à vela e Cancale era o seu porto de abrigo habitual.
De notar a forma como eram transportados os dóris, empilhados com o fundo virado para cima, bem diferente da forma dos bacalhoeiros Portugueses.
É possível adquirir via internet uma monografia sobre o navio, a qual inclúi os planos para a construção à escala de 1/75, bem como várias imagens antigas. Aqui fica o link.


publicado por cachinare às 08:28
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Quarta-feira, 8 de Dezembro de 2010
“Bochorno” – P.Y.S.B.E., 1954.

 

Este é um excelente modelo de um navio bacalhoeiro Espanhol de 1.358 toneladas brutas da companhia P.Y.S.B.E. construído em 1954 num momento de expansão da empresa, juntamente com outros 3, o “Solano”, o “Regañón” e o “Brisa”, todos nomes de ventos como era tradicional nesta companhia. Com os grande avanços técnicos navais dos anos 50, por alturas de 1959, o “Bochorno” foi melhorado e passou por exemplo a ter a possibilidade de potabilizar água, já que antes a água era sempre racionada conforme os tanques a bordo dos navios. Este arrastão foi abatido em 1974.


publicado por cachinare às 08:14
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