Um navio, do tipo “clipper” em doca seca no ano de 1899. Encontra-se na doca de Limehouse, em Londres, Inglaterra e o seu nome na altura era “Ferreira”. Um nome perfeitamente português, pois ostentava bandeira portuguesa. É também um navio bastante afamado, pois originalmente era, e voltaria mais tarde a ser, o “Cutty Sark”. Durante 23 anos da sua carreira foi português.
«Vladimir Martus já trouxe para os estaleiros a reparação da "Shtandart", réplica de uma fragata russa. Ficou agradado com a qualidade e diz ter tudo pronto. "Só têm a ganhar, atraem turistas e incentivam os jovens", diz.
Há 17 anos, Vladimir Martus concretizou um dos sonhos da sua vida: colocou a navegar uma réplica da fragata russa "Shtandart", construída em 1703, por Pedro, o Grande. O barco de guerra, com 28 canhões, está a ser alvo de uma grande reparação nos estaleiros navais de Vila do Conde, em que a experiência dos portugueses se cruza com o conhecimento dos voluntários russos. Agora, este engenheiro naval de 50 anos quer mesmo concretizar aquilo que já era visto como uma possibilidade - construir em Vila do Conde uma réplica do famoso veleiro "Cutty Sark", que chegou a ser português entre 1895 e 1922, navegando com o nome "Ferreira" (e "Maria do Amparo").
""O Cutty Sark" é um grande barco em madeira, tem 65 metros de comprimento e 11 de largura. Para ser construído precisa de espaço. Do que nós estamos a tentar convencer os portugueses, e temos falado muito com a Câmara Municipal e a Docapesca, é de que precisamos de condições. Queremos que a construção possa ser acompanhada pelas pessoas, como se fosse um museu. Só assim despertamos os mais jovens para a construção naval", disse ao DN Vladimir Martus enquanto dava a conhecer o seu "bebé", o "Shtandart".
Acabado de regressar de Londres, Numas diz ter a aprovação da Fundação Cutty Sark. "Está tudo pronto, temos projeto, orçamento e já definimos que Vila do Conde é um local ideal. Tem a mão-de-obra de que precisamos", explica. Mas é necessário investimento? O comandante do "Shtandart" ri. "Portugal não é um país de dinheiro. Mas é um bom sítio para se fazer coisas. Queremos é ter as condições para que a construção possa ser efetuada. Portugal tem muito a ganhar: este barco é conhecido internacionalmente, foi o último dos grandes clippers e tem o recorde mundial de navegação à vela entre a Austrália e a Inglaterra. E, melhor que isso, até foi português." Já tem datas, entre 1 de fevereiro de 2018 e 2020, e grande parte do financiamento, que pode chegar aos 25 milhões de euros, está garantido.
Vila do Conde, através da autarquia presidida por Elisa Ferraz, tem o projeto Um Porto para o Mundo, que prevê a candidatura da construção naval em madeira a património imaterial da UNESCO e o relançar de uma atividade que hoje tem dificuldades em estar ativa.
Na empresa Barreto & Filhos, onde está a ser reparada desde novembro, a embarcação russa é o motivo de maior azáfama. Dezenas de pessoas trabalham. Bruno Barreto, um dos sócios, reconhece que o facto de ser uma réplica implica outros cuidados. "A ajuda dos russos é fundamental", admite. Com 37 anos, Bruno é a nova face da construção naval em Vila do Conde. Diz acreditar que o "Cutty Sark" possa ser feito em Azurara, freguesia na margem esquerda do rio Ave onde hoje se situam os estaleiros. "É um projeto de grande dimensão. Seria bom, mesmo a nível nacional. A câmara tem estado muito ativa nisso, mas não chega", aponta.
"Não é só a vontade do povo de Vila do Conde que irá mudar a construção naval. O país não incentiva a pesca. Fico triste por não haver apoios nem formação profissional para que a construção naval se mantenha. Há carpinteiros navais de Vila do Conde em todo o mundo, hoje menos, que estão a ficar velhos", aponta Bruno Barreto, que diz estar a viver uma experiência enriquecedora com a reparação da Shtandart. "O capitão Vladimir é uma pessoa muito culta, ele não veio para aqui ao acaso. Escolheu mesmo Vila do Conde. Sabia o que ia encontrar. E nós, portugueses, que temos a mania de que ensinamos tudo, estamos a aprender muito, falo por mim, com estes voluntários que nos ajudam."
É neste ponto de rejuvenescer a construção naval que Vladimir Numas insiste. Ontem em Azurara estavam 20 voluntários, na maioria russos (mas já receberam eslovenos, espanhóis, ingleses e outros) a ajudar. É o caso de Elena, 24 anos, licenciada em Oceoanografia. "Acabei de chegar e vou ficar um mês. Sempre estive ligada ao mar e é isso que quero. Fascina-me. Esta experiência é para aprender." No estaleiro têm uma cantina onde fazem a própria comida e dormem em apartamentos na cidade.
Quando, a 8 de abril, a Shtandart rumar a Lisboa para iniciar mais uma volta ao mundo, mais voluntários se juntam. "Navegamos com um máximo de 40 pessoas. No século XVIII iam 150. Aqui, quem vai a bordo tem tarefas, nem que seja lavar o chão", explica Vladimir Martus, enquanto aprova mais uma parte de trabalho concluído. Todo o material elétrico e moderno fica escondido. "A madeira tem de tapar tudo."
Com o czar Pedro, o Grande como "herói pessoal", um homem que "transformou a Rússia", Martus diz que não teve apoios estatais russos. "Isso deixa-nos como uns burocratas. Prefiro ser uma fundação privada que capta apoios, em todo o mundo." E não é só para fazer réplicas para expor. "O meu objetivo com o "Cutty Sark" é colocá-lo a navegar nas antigas rotas e transportar mesmo café, chá, tudo o que transportava. É possível e o mundo deve saber que os veleiros não são coisas do passado. São atuais e sustentáveis."»
A barca “Pamir”, lançada à água em 1905 nos estaleiros Blohm & Voss, Hamburgo, Alemanha, ficou conhecida pelos escritos do capitão Alan Villiers (o mesmo que o fez a bordo do lugre bacalhoeiro português “Argus” em 1950) numa viagem para o Rio de Janeiro, Brasil. Naufragou em 1957, apanhada pelo furação Carrie, ao largo dos Açores. “Pamir” é uma cordilheira de montanhas na Ásia Central, formada pela junção dos Himalaias com Tian Shan, Karakoram, Kunlun e o Hindukush.
A barca “Falls of Halladale” foi construída em 1886 em Glasgow, Escócia, para o transporte de carga de longo curso. Com um desenho inovador para o seu tempo, tinha casco em ferro e quase 84 metros de comprimento. Na imagem é possível ver a romaria da altura ao seu encalhe próximo a Peterborough, em Victoria, Austrália. Ocorreu na noite de 14 de Novembro de 1908, quando em denso nevoeiro, rumou aos baixios da zona devido a um erro de navegação. A tripulação de 29 marinheiros foi resgatada, deixando o navio ainda como se estivesse a navegar, o que atraíu durante várias semanas curiosos ao local, até o navio se desmantelar por completo.
A barca “Peter Iredale” encalhou na praia de Clatsop Spit em 1906, perto do canal do rio Columbia, Oregon, E.U.A.. Ainda hoje passados mais de 100 anos é possível ver os restos da sua estrutura altivos no areal.
Uma fotografia de Alan Villiers da figura de proa do veleiro “Joseph Conrad”, veleiro esse que ele próprio adquiriu em 1934, salvando-o do abate. Originalmente construído na Dinamarca em 1882 sob o nome de “Georg Stage”, Villiers foi seu dono durante apenas 2 anos, passando depois para diferentes proprietários norte-americanos até 1945, altura em que ficou sob alçada do Mystic Seaport, um museu marítimo do estado do Connecticut, E.U.A..
Uma interessante “radiografia” do conhecido clipper “Cutty Sark”, mais conhecido pelo nome do que pelo facto de ter sido português durante cerca de 27 anos. Chamou-se sob bandeira nacional “Ferreira” (1895-1916) e “Maria do Amparo (1916-1922). Diz-se que em 1919 fez uma campanha de pesca ao bacalhau à Terra Nova, sem sucesso.
Um dos mais conhecidos e admirados navios portugueses, a barca “Foz do Douro”, sobre a qual várias pessoas vão escrevendo, nomeadamente nos seus blogues. Um deles é o Navios e Navegadores, onde se pode encontrar um artigo completo sobre este navio.
Autor: COUTINHO, Gago
Título: A MINHA VIAGEM NA BARCA "FOZ DO DOURO" DO BRASIL A PORTUGAL e algumas reflexões náuticas
Desc.: Editora Marítimo-Colonial Lda, Lisboa, 1945. In-8.º de 4(1) págs. Br. Ilustrado em separado, com um mapa desdobrável, da rota da Barca "Foz do Douro" de Santos a Leixões (1943-44).
Obs.: Publicação da notável conferência que o glorioso almirante Gago Coutinho realizou na Sala "Portugal", àcerca da sua viagem, à vela, na barca "Foz do Douro", do Brasil a Portugal.
Uma foto da barca “Wild Wave” em 1890, que permite admirar em doca seca as dimensões e forma destes navios. Foi construída em 1875 em Liverpool, Inglaterra, para uma companhia de Hobart, na ilha da Tasmânia (Austrália). Em 1923, em viagem de Melbourne para Adelaide, encontrou forte temporal e tentou abrigar-se na costa Norte da Tasmânia, aí fundeando. Mesmo assim, acabou por ser arrastada para a costa, onde naufragou. Toda a tripulação se salvou, passando as semanas seguintes e desmantelar o navio de tudo quanto tinha valor.
Uma das fotos conhecidas de Alan Villiers aquando das suas viagems no “Parma”, uma barca de 4 mastros da qual foi em parte proprietário. Essa viagem ocorreu em 1931, com o navio a transportar 62.000 sacos de trigo entre a Austrália e Inglaterra. Foi o veleiro de grande porte de maior sucesso no século passado, fazendo a rota em 83 dias em 1933.
A primeira menção a ele vi-a num artigo recente do blog “Santa Maria Manuela”, e pouco depois era-me indicado por um “amigo”, a quem agradeço, pois foi o que bastou para escrever umas linhas sobre esta fantástica escuna. Trata-se da escuna “Elena” (site oficial), cujo texto abaixo descreve mais em pormenor e saliento a 3ª foto, onde é possível ver o ex-bacalhoeiro português “Santa Maria Manuela” (pela popa do “Elena”), ainda em trabalhos de completo restauro, nos mesmos estaleiros da Galiza onde este novo Elena” nasceu (foto 1).
bacalhoeiros canadianos-americanos
relatos da lancha poveira "fé em deus"
A Frota Bacalhoeira Portuguesa.
filme Uma Aventura na Pesca do Bacalhau
documentário "A Pesca do Bacalhau" - 4 partes
filme 1952 - n/m "Alan Villiers" - Estaleiros Navais de Viana do Castelo
filme 1956 - n/m "São Jorge", construção e bota-abaixo
filme 1957 - l/m "Oliveirense"
filme 1958 - Bacalhoeiros em Viana do Castelo
filme 1964 - n/m "Novos Mares", chegada à Gafanha
filme 1967 - "Os Solitários Pescadores-dos-Dóris"
filmes 1977 a 1991 - Nos Grandes Bancos da Terra Nova
filme 1981 - "Terra Nova, Mar Velho"
História / Filmes de referência à Pesca do Bacalhau
Confraria Gastronómica do Bacalhau - Ílhavo
Lugre-patacho "Gazela Primeiro"
Lugre "Cruz de Malta" ex-"Laura"
Lugre "Altair" - "Vega" - "Vaz"
Lugre "Estrella do Mar - "Apollo" - "Ernani"
Lugres "Altair" "Espozende" "Andorinha" "S. Paio" "Cabo da Roca"
Lugres "Silvina" "Ernani" "Laura"
Lugres "Sotto Mayor" "São Gabriel"
Lugre-motor "Creoula" - Revista da Armada
Lugre-motor "Santa Maria Manuela" - Renasce
NTM Creoula em St.John´s, Agosto 1998
A Campanha do "Argus" - Alan Villiers
Lugre-motor "Argus" / "Polynesia II"
Lugre-motor "Primeiro Navegante"
Lugre-motor "Santa Maria Manuela"
Lugres-motor "Maria das Flores" "Maria Frederico"
A Inspiração dos Cisnes 1 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 2 (Inglês)
A Inspiração dos Cisnes 3 (Inglês)
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 1
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 2
Navio-mãe "Gil Eannes" - 1959-71 Capitão Mário C. F. Esteves 3
Navio-mãe "Gil Eannes" - Fundação
Navio-motor "Capitão Ferreira"
Navios-motor "Capitão Ferreira" "Santa Maria Madalena" "Inácio Cunha" "Elisabeth" "São Ruy"
Navio-motor "Pedro de Barcelos" ("Labrador" em 1988)
Arrastão "Santa Maria Madalena" 1
Arrastão "Santa Maria Madalena" 2
Arrastão "Leone II" ex-"São Ruy"
Arrastão "Álvaro Martins Homem"
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 1
Arrastão "Argus" ex-"Álvaro Martins Homem" 2
Arrastão-clássico "Santo André"
Arrastões-popa "Praia da Santa Cruz" "Praia da Comenda"
Arrastão-popa "Inácio Cunha" hoje "Joana Princesa"
Arrastão-popa "Cidade de Aveiro"
Estaleiros de Viana do Castelo
# Quando o "Cutty Sark" foi o português "Ferreira"
# Quando o "Thermopylae" foi o português "Pedro Nunes"
# Quando o "Thomas Stephens" foi o português "Pêro de Alenquer"
# Quando o "Hawaiian Isles"/"Star of Greenland"/"Abraham Rydberg III" foi o português "Foz do Douro"
filmes - Mares e Rios de Portugal.
Catraia Fanequeira de Vila Chã, Vila do Conde
Maria do Mar - Nazaré, anos 30 - 9 partes
Tia Desterra - Póvoa de Varzim - 12 contos
Douro, Faina Fluvial - 1931 - 2 partes
Pescadores da Afurada, anos 60 - 2 partes
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Douro, Descida do Rio - 2 partes
Algarve, Atum na Costa - 2 partes
Estaleiros Navais de Viana do Castelo - 65 anos
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Modelos de Navios de Prisioneiros de Guerra-POWs Bone Ship Models
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Bate Estacas - Barcos Tradicionais
Indigenous Boats - Barcos Indígenas
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Olivença é Portuguesa.